Com a chegada das festas de fim de ano, muitas pessoas se preparam para a ceia, tradicional na maioria dos lares. Para orientar os consumidores sobre os cuidados na hora de comprar alimentos e como economizar na organização da festa, o Procon-ES dá algumas dicas.
O primeiro passo para quem quer economizar está no planejamento das compras. Para evitar gastos desnecessários, o consumidor deve fazer uma lista com os produtos que pretende adquirir, levando em consideração o número de pessoas que irá receber para a ceia.
Com a lista de compras em mãos, pesquise o preço dos produtos em diferentes supermercados e encartes promocionais. As feiras também são uma ótima opção para economizar. Fique atento se o preço publicado no anúncio corresponde ao praticado no estabelecimento. De acordo com o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, o fornecedor não pode recusar o cumprimento à oferta.
Outro cuidado deve estar relacionado às condições de higiene do estabelecimento e dos atendentes para evitar a compra de produtos contaminados. Certos cuidados básicos, principalmente com os produtos perecíveis, podem evitar problemas, como doenças e intoxicações alimentares.
“Outra forma de economizar está na substituição de um produto típico das ceias de fim de ano por outro menos consumido nesse período. Interessante também optar por produtos de marcas menos famosas, o que pode baratear a compra. Produtos importados podem tornar a ceia mais ‘salgada’. Para a festa não pesar no bolso, combine com os familiares e amigos uma ceia tipo ‘americana’, em que cada um leva um prato para partilhar”, ressaltou a diretora-presidente do Procon-ES, Lana Lages.
A diretora informou ainda que, uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em dezembro de 2019, nas 27 capitais do País, apontou que 26% dos consumidores entrevistados costumam gastar mais do que podem nas compras de Natal. Segundo a pesquisa, 6,9% deixarão de pagar alguma conta para realizar a festa de Natal, enquanto 6,4% deixarão de pagar alguma conta para comemorar o Réveillon.
“Essa informação nos preocupa, pois o consumidor deve ter em mente que o pagamento das contas deve ser prioridade para não se endividar. Além disso, o início de ano é marcado por algumas despesas como rematrícula, compra de material escolar, pagamento de IPVA, IPTU, dentre outras. Janeiro é o mês em que mais gastamos. Por isso, é preciso colocar o pé no freio e começar a organizar as finanças para um ano financeiramente mais tranquilo”, disse.
Compra de produtos
– Verifique a validade dos produtos e as informações contidas no rótulo, que devem trazer dados importantes como data de fabricação, prazo de validade, composição, peso, carimbos de inspeção, origem e fabricante/produtor. Verifique também o teor de gordura, sódio, açúcar e outros. As nomenclaturas diet e light não significam necessariamente que esses produtos são isentos ou tenham percentual reduzido de açúcar ou gordura.
– Verifique as condições da embalagem, que não deve estar amassada, rasgada, enferrujada, estufada ou furada, pois podem indicar a deterioração do alimento ou presença de insetos.
– Na compra de bebidas, verifique se o lacre não está rompido ou mesmo ausente, e se a garrafa ou lata apresenta vazamento ou rachaduras.
– No caixa, fique atento ao preço que está sendo cobrado pelo produto. Se for constatada divergência entre o valor cobrado e o anunciado nas gôndolas e encartes, o consumidor tem direito a pagar o menor preço pelo produto.
Atenção redobrada com os perecíveis
– O balcão de produtos refrigerados ou congelados não deve apresentar poças de água, embalagens transpiradas ou com placas de gelo sobre a superfície. Essas características podem indicar temperatura inadequada, superlotação ou que as geladeiras foram desligadas durante a noite. A aquisição dos congelados deve ser feita no final das compras.
– As carnes, aves e peixes também merecem cuidados especiais. A grande preocupação do consumidor deve ser com a procedência do alimento. É importante comprar esse tipo de alimento fresco, com aparência, cor e odor característicos, sob refrigeração e de fontes seguras, devidamente inspecionados em sua origem e com o número do Serviço de Inspeção Federal (SIF) e Serviço de Inspeção Estadual (SIE), que mostra que a carne foi aprovada pela fiscalização.
– Procure açougues que tenham boas condições de higiene. Verifique as paredes, os balcões e principalmente a luz. Se a luz que ilumina a carne for vermelha, cuidado! Colocar esta luz vermelha é ilegal, pois muda a cor da carne fazendo-a parecer que é mais nova.
– Observe a cor da carne. A carne de boi estragada pode apresentar cor esverdeada e forte cheiro de podre. Carne com cor vermelho-vivo também deve ser evitada, pois foi colocado nela um pó branco que esconde sua má qualidade. Este pó branco é o sulfito de sódio.
– As carnes devem ser vendidas com a identificação da origem, etiqueta-lacre, contendo o número do Serviço de Inspeção, nome do frigorífico e origem, data de embalagem e de validade, sexo e tipo de animal.
– Fique de olho na carne de porco, bolinhas brancas indicam a presença de parasitas, muito nocivos à saúde.
– As aves devem ter a carne firme, cor amarelo-claro e com cheiro suave.
– Salame, presunto, linguiça, e outros embutidos não devem ter manchas ou bolhas no interior da embalagem.
– Quando se embala um alimento com plástico, o ar é todo retirado. São alimentos embalados a vácuo. Se você notar dentro da embalagem um líquido, manchas esverdeadas ou se o produto estiver solto nos pacotes, não compre o alimento.
– O peixe deve ter a carne firme, os olhos salientes e brilhantes, guelras avermelhadas e escamas que não soltem com facilidade. No supermercado, o pescado deve estar exposto em balcão frigorífico, e na feira, envolto em gelo picado, sempre protegido do sol e insetos. Além disso, é obrigatório que o encarregado das vendas use luvas descartáveis e avental.
– Ao comprar lulas e polvos, a orientação é que o consumidor adquira os de cor mais clara, sinal que estão mais frescos. Já para os mexilhões, mariscos e ostras, a orientação é comprar moluscos in natura e observar se as conchas estão bem fechadas. Moluscos com conchas abertas não estão próprios para o consumo. No caso do camarão, devem também ser firmes e com a carapaça presa ao corpo e o odor deve ser característico do produto, sem ser forte demais.
– Quanto ao peixe em postas, o ideal é que elas sejam cortadas na hora da compra, mas se já estiverem cortadas (produto industrializado), observe a textura da carne, que deve estar firme.
– Para produtos vendidos a granel, verifique o peso, quantidade e aparência do alimento. Recuse produtos mal acondicionados, verifique a presença de sujidades, mofo e não compre o produto se houver suspeitas sobre sua qualidade. Já os produtos de panificação, a exemplo de pães e bolos, não devem apresentar formação de bolor.