A estimativa é de que, nas próximas semanas, o Brasil vai precisar de mais de 20 mil ventiladores pulmonares mecânicos para atender as vítimas do coronavírus, principalmente os casos mais graves de falta de ar e dificuldades respiratórias
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estão desenvolvendo um protótipo de ventilador pulmonar mecânico para ser reproduzido em massa, de forma simples, rápida e barata, com recursos disponíveis no mercado nacional.
Desenvolvido pelo Programa de Engenharia Biomédica do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) no Laboratório de Engenharia Pulmonar e Cardiovascular da Coppe, o equipamento poderá contribuir para suprir, emergencialmente, a crescente busca dos hospitais por esses aparelhos, em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus.
A estimativa é de que, nas próximas semanas, o Brasil vai precisar de mais de 20 mil ventiladores pulmonares mecânicos para atender as vítimas do coronavírus, principalmente os casos mais graves de falta de ar e dificuldades respiratórias. A produção atual de ventiladores pelas empresas brasileiras é de 2 000 por mês, e mesmo com produção acelerada essas empresas não vão conseguir atender à demanda esperada.
Para reduzir essa lacuna, os pesquisadores da Coppe iniciaram uma campanha para obter financiamento e parcerias com empresas, instituições privadas e públicas. O objetivo é viabilizar a produção do protótipo, com rapidez e em larga escala. A iniciativa conta agora com a colaboração de pesquisadores de cinco programas de pós-graduação da Coppe, além de outras unidades da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e outras instituições de pesquisa do país. Várias empresas de grande porte têm se prontificado a ajudar no desenvolvimento, na distribuição e no financiamento dessa iniciativa.
Segundo o professor Jurandir Nadal, chefe do Laboratório de Engenharia Pulmonar e Cardiovascular da Coppe, uma versão preliminar do ventilador construída com recursos disponíveis no laboratório apresentou bom resultado em um modelo físico de pulmão, configurado em condições semelhantes aos pacientes acometidos de insuficiência respiratória.
Fonte: Jornal de Brasília