A Comissão Europeia defendeu a ideia de países da UE se unirem para garantir acesso privilegiado à futura vacina e defendeu contratos de compra antecipada
A União Europeia (UE) garantiu o fornecimento de futuras vacinas contra o novo coronavírus nesta sábado, concluindo um acordo com o grupo farmacêutico AstraZeneca para garantir o fornecimento de 300 milhões de doses.
Alemanha, França, Itália e Holanda assinaram um acordo com o grupo, criado em 1999 a partir da fusão do sueco Astra e do britânico Zeneca, que planeja abastecer todos os países membros da UE se a vacina COVID-19 for descoberta, indicou o Ministério da Saúde alemão.
A descoberta de uma vacina pode ocorrer até o final do ano, disseram fontes do governo alemão à AFP.
As doses “devem ser distribuídas a todos os Estados-membros que desejam participar, de acordo com o tamanho de sua população”, informou o ministério.
“Para que as vacinas estejam disponíveis em grandes quantidades muito rapidamente após sua eventual aprovação neste ano ou no próximo ano, as capacidades de produção devem ser garantidas por contrato a partir de agora”, explicou.
A Comissão Europeia defendeu na sexta-feira a ideia de os países da UE se unirem para garantir acesso privilegiado à futura vacina e defendeu contratos de compra antecipada.
Enquanto os laboratórios tentam encontrar uma vacina em tempo recorde – 12 a 18 meses, em comparação com vários anos normalmente -, esses adiantamentos facilitariam o investimento em recursos de produção, mesmo que os ensaios clínicos em humanos ainda não tenham terminado.
Este compromisso daria aos Estados-membros o direito de comprar um certo número de doses a um preço específico quando a vacina estiver disponível, em troca do risco de investimento assumido.
Os principais grupos farmacêuticos estão envolvidos em uma corrida contra o tempo para encontrar a vacina contra o coronavírus, que até agora matou mais de 417.000 pessoas e infectou mais de 7,4 milhões em todo o mundo.
A quantidade de doses pode chegar a 400 milhões, disse a AstraZeneca em comunicado.
O grupo farmacêutico “prometeu não obter nenhum lucro” neste contrato, advertiu o ministro da Saúde da França, Olivier Véran em comunicado.
– Negociações com outros laboratórios –
A ação rápida e coordenada de um grupo de Estados-membros “beneficiará” todos os cidadãos da UE, disse o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn.
A Comissão Europeia estava disposta a usar cerca de 2,4 bilhões de euros disponíveis no instrumento de ajuda de emergência desbloqueado durante a crise para garantir esses contratos.
As negociações “continuarão com outros laboratórios farmacêuticos, a fim de ter as melhores possibilidades de uma vacina rápida em quantidade suficiente e com o melhor custo”, afirmou Véran.
A AstraZeneca anunciou na sexta-feira que esperava setembro para obter resultados sobre a eficácia da vacina na qual trabalha com a Universidade de Oxford.
Os testes estão sendo realizados na Grã-Bretanha e no Brasil, agora o epicentro da pandemia.
Fonte: Jornal de Brasília