Notícias do estudo, que testará a resposta à vacina em 30 mil adultos sem registro da doença respiratória, aumentaram as ações da Moderna em 11%
O laboratório Moderna Inc. afirmou nesta segunda-feira, 27, que iniciou o estágio final de testes em uma candidata a vacina para a covid-19, com apoio do governo dos Estados Unidos. Este é a primeira pesquisa a ser implementada no programa anticoronavírus “Operation Warp Speed”, do governo de Donald Trump.
As notícias do estudo, que testará a resposta à vacina em 30 mil adultos sem registro da doença respiratória, aumentaram as ações da Moderna em 11%. O governo federal dos EUA está apoiando o projeto com quase U$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,21 bilhões) e o escolheu como um dos primeiros a entrar na fase de ensaios em larga escala em humanos.
Mais de 150 candidatos a vacina estão em vários estágios de desenvolvimento pelo mundo, com 23 perspectivas em testes em humanos. A Moderna e a empresa britânica AstraZeneca Plc estão liderando a corrida com seus candidatos já em estágio avançado.
Enquanto a rival AstraZeneca disse na semana passada que ainda estava em vias de produzir suas doses até setembro, o laboratório e outras empresas farmacêuticas estão agora visando a entrega de vacinas totalmente testadas até o final deste ano. “Ter uma vacina segura e eficaz distribuída até o final de 2020 é uma meta extensa, mas é a meta certa para o povo americano”, disse Francis Collins, diretor do Instituto Nacional de Saúde dos EUA.
A Moderna disse que continua a caminho de fornecer cerca de 500 milhões de doses por ano, chegando até 1 bilhão de doses por ano, a partir de 2021.
O estudo foi desenvolvido para avaliar a segurança do mRNA-1273 da Moderna e determinar se a vacina pode prevenir a covid-19 sintomática após duas doses. Os cientistas também procuram responder se ela poderá prevenir a morte causada pelo coronavírus, entre outros objetivos.
Outras vacinas que também chegaram a estágios avançados na última semana são as desenvolvidas pela China com apoio do Cansino Biologics, em estudo que causou uma forte reação de anticorpos na maioria dos cerca de 500 voluntários testados; e pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, que se mostrou segura e produziu resposta imune em ensaios clínicos iniciais em mais de mil voluntários saudáveis.
No Brasil, a vacina chinesa CoronaVac começou a ser testada em voluntários na terça-feira passada, dia 21, e o Instituto Butantã de São Paulo recebeu 20 mil doses do imunizante contra o novo coronavírus e de placebo que serão distribuídas para 12 centros de referência do País. A expectativa do Governo de São Paulo é que, caso haja resposta positiva, ela esteja disponível para a população no início de 2021.
Fonte: Jornal de Brasília