Repercutiu nas redes sociais um vídeo gravado por moradores da Praia do Gravatá, em Navegantes, onde mostra o recuo do mar. O fato surpreendeu muitas pessoas que moram próximo ao local. Em uma ilha que fica próximo ao costão era possível até ir a pé.
Na gravação, a pessoa que está filmando ainda brinca: “vai vir um tsunami aí”. Mas, fique tranquilo, não é bem assim. O fenômeno foi causado pela influência dos ventos e da chamada “Maré de Sizígia” e ocorre em toda Santa Catarina.
De acordo com o oceanólogo da Epagri/Ciram, Argeu Vanz, isso ocorre por causa da maré que fica baixíssima — popularmente chamada de “torrada”, de tão seca. O fenômeno acontece por dois fatores: o primeiro deles é a influência da lua cheia no mar, a tal da sizígia, que é o alinhamento dos astros. Isso faz com que a diferença entre as marés baixa e alta seja grande. Soma-se esse fenômeno aos ventos que vêm soprando na direção nordeste e, pronto, o caso está desvendado. Mas, diferente das outras vezes, é que existe esse vento atuando. Ele afasta a água da costa, e faz com que as marés baixas fiquem mais baixas ainda, o que acaba expondo muitas áreas — explica Argeu Vanz.
Quanto ao “medo de tsunami” dos moradores, o oceanólogo explica
que não há nenhum indicativo, mas que a preocupação da população é um
sinal de que todos estão alertas a esse tipo de ocorrência: “Ainda bem
que as pessoas sabem que o tsunami provoca o recuo do mar e que estão
atentas. Mas, nesse caso, não é”, diz. Argeu, que é graduado em
Oceanologia e mestre em Oceanografia Física, Química e Geológica pela
Universidade Federal do Rio Grande, ainda faz um alerta: nesse período
de Maré de Sizígia as correntes ficam muito fortes, então há condição
para afogamentos. Tudo bem que nem o tempo, nem a pandemia, colaboram
para um banho de mar, né? Mas alertar nunca é demais.
Fonte: por dentro da noticia