“Temos que fazer com que o procurador-geral aja. Ele tem que agir e ele tem que agir rápido”, disse Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitou nesta terça-feira, 20, que o procurador-geral William Barr abra uma investigação contra Hunter Biden, filho de Joe Biden antes das eleições do dia 3 de novembro. Em entrevista à Fox News, Trump citou a reportagem do New York Post sobre supostas irregularidades nos negócios de Hunter com a companhia de gás ucraniana Burisma. O presidente pediu que Barr nomeie alguém para “lidar com o assunto”.
“Temos que fazer com que o procurador-geral aja. Ele tem que agir e ele tem que agir rápido”, disse Trump, completando: “esta é uma grande corrupção e isso deve ser conhecido antes da eleição.”
Há menos de 15 dias da eleição, a campanha do republicano vem utilizando uma matéria veiculada pelo tabloide New York Post como trunfo eleitoral. A publicação apresentou o que seriam provas de como o filho de Joe Biden, Hunter, usou a influência do pai para mediar o encontro dele com um empresário ucraniano.
O Post ainda alega que foi alertado sobre a existência do material por Steve Bannon, ex-estrategista da campanha de Trump que foi preso em agosto, acusado de fraude em um projeto de financiamento para parte de um muro na fronteira com o México. De acordo com o New York Times, o material apontado como sendo de Hunter foi entregue pelo advogado e aliado de Trump, Rudolph Giuliani, ao jornal no dia 11 de outubro. O NYT também coloca dúvidas sobre a veracidade do material.
Pedido de impeachment
Há um ano, os esforços de Trump para colocar os holofotes em Hunter Biden voltaram-se contra ele, após uma fonte divulgar um telefonema no qual o presidente americano é flagrado pedindo ao homólogo ucraniano que abrisse uma investigação sobre o filho de Joe Biden. Em troca, os Estados Unidos prometeram uma ajuda militar importante à Ucrânia.
Os democratas acusaram Trump de abuso de poder e o submeteram a um processo de impeachment em uma votação histórica no Congresso Os senadores republicanos absolveram rapidamente o presidente, enterrando o “caso Hunter Biden” por vários meses.
Em setembro, senadores republicanos atacaram novamente. Segundo um relatório, Joe Biden nada fez para impedir que seu filho se aproveitasse de seu nome, mas não há indícios de que tenha influenciado a política externa dos Estados Unidos para ajudar Hunter.
Fonte: Estadão