A entidade publicou orientações em que lista ao menos 24 dados necessários para desenhar políticas de vacinação que atinjam com mais precisão os objetivos de saúde, reduzindo desvios e perdas
Garantir o uso mais eficiente de vacinas contra Covid-19, que serão escassas quando estiverem viáveis, dependerá de estatísticas de qualidade, afirmou nesta segunda (26) a ECDC (agência europeia de doenças infecciosas).
A entidade publicou orientações em que lista ao menos 24 dados necessários para desenhar políticas de vacinação que atinjam com mais precisão os objetivos de saúde, reduzindo desvios e perdas.
Segundo a agência, decisões precisas sobre que grupos priorizar só poderão ser tomadas depois que um produto se mostrar seguro e eficaz. Será preciso saber, por exemplo, se a imunização ocorre de forma uniforme ou é mais forte em determinados estratos da população e se há efeitos adversos específicos.
“Atualmente, faltam certeza e conhecimento sobre as características das vacinas que podem estar disponíveis, além de haver lacunas no conhecimento científico do vírus e a doença. Os planos e estratégias de vacinação, portanto, precisam ser adaptados à medida que houver mais informações”, afirmou a ECDC.
Segundo a agência, quando as características dos produtos forem conhecidas, a eficiência da imunização vai depender de um sistema eficiente de vigilância (testes e rastreamento), estudos de eficácia e impacto, monitoramento de efeitos adversos e dados confiáveis sobre a cobertura da vacinação.
A ECDC também recomenda que os países tenham regras claras e transparentes de aplicação baseadas em evidências e preparem marcos legais, infraestrutura de distribuição das vacinas, campanhas de comunicação e monitoramento da reação do público à imunização.
A avaliação feita pela União Europeia após a pandemia de gripe H1N1 em 2009 mostrou que alcançar maior cobertura entre os profissionais de saúde é essencial para manter o atendimento durante a pandemia.
Se a linha de frente do combate à doença não estiver vacinada, o risco cresce para o público em geral, afirma a ECDC. Além dos profissionais de saúde, a agência afirma que os governos podem definir outras prioridades, a depender do tipo de vacina disponível e das características do país.
As estratégias podem levar em conta estratos de idade, grupos mais vulneráveis, regiões geográficas com maior incidência e locais com surtos ativos.
“A identificação dos grupos prioritários, e das camadas dentro deles, dependerão de vários fatores, incluindo a epidemiologia da doença no momento da implantação da vacina, a evidência de risco de doença grave e de exposição ao coronavírus, a preservação de serviços sociais essenciais e princípios de equidade, entre outros”, afirma a agência.
Na Europa, uma das preocupações é que haja acesso equivalente a todos os países, segundo a diretora da ECDC, Andrea Ammon, por causa da “natureza transfronteiriça da transmissão”. Se a imunização falhar em um ou mais países, os outros ficarão menos protegidos.
Fonte: FolhaPress