Nesta segunda-feira, 9, as empresas anunciaram que o imunizante tem eficácia de mais de 90% na prevenção à Covid-19
Apesar de apoiar a realização dos testes no Estado e de garantir auxílio na logística de distribuição, o governo da Bahia não tem acordo para adquirir nem comercializar no Brasil doses da vacina das farmacêuticas Pfizer e BioNTech contra covid-19. Nesta segunda-feira, 9, as empresas anunciaram que o imunizante tem eficácia de mais de 90% na prevenção à doença, apontaram dados iniciais do estudo da fase 3.
A postura do governo baiano em relação à vacina é diferente da adotada com a “Sputnik V”, produzida pela Rússia – neste caso, o Estado fechou acordo para ser a única responsável pela comercialização da substância no Brasil, por meio da estatal Bahiafarma.
Ao comentar os resultados da vacina da Pfizer, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), comemorou, mas colocou nas costas do governo federal a responsabilidade por comprar e distribuir o imunizante, quando a aplicação em larga escala for autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Ele disse esperar que o Ministério da Saúde assuma as tratativas sobre a questão com as farmacêuticas e convoque os Estados para discutir um planejamento de como será feita toda a operação. Para o petista, um entrave na aquisição da BNT162b2 será o custo dela, considerado mais alto que o de candidatas em produção em outros países.
“Não sei o preço que eles vão botar no Brasil, mas o custo estimado é mais que o dobro das vacinas de outras nacionalidades que estão sendo testadas no mundo. É um custo muito elevado. O governo federal, historicamente, é quem compra as vacinas e distribui aos estados. Não sei como vai funcionar. Vamos ver como vai se materializar o preço final”, afirmou Rui, em entrevista coletiva, nesta manhã.
O governador disse também que o estado se comprometeu, em reunião com representantes da Pfizer, a auxiliar na logística de distribuição da vacina no país. De armazenagem delicada, a BNT162b2 precisa ser acondicionada a uma temperatura de – 75ºC – na Bahia, apenas o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) tem equipamento próprio para isto.
“Estamos estudando toda a logística de distribuição, a equipe técnica da nossa secretaria está trabalhando nisso. É uma vacina que tem maior complexidade logística para ser aplicada na população porque ela exige um resfriamento a baixas temperaturas, enquanto aguarda os lotes para serem aplicados. Exige super refrigeradores, você tem que manter as vacinas a – 75ºC. Na Bahia, nós só temos refrigerador assim no Lacen. Nenhum outro lugar tem”, explicou.
No Brasil, Bahia e São Paulo participaram dos estudos com voluntários para atestar a eficácia da vacina. Em solo baiano, os testes foram feitos em 1.549 pessoas, no Hospital Santo Antônio, das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), em Salvador.
Fonte: O Estado de S. Paulo