Ela foi raptada há três décadas. Segundo a vítima, foi a “mãe adotiva” quem a sequestrou
Neuza de Jesus Oliveira, 36 anos, acionou a polícia da cidade de Mutum-Paraná (RO) para registrar um boletim de ocorrência para denunciar o próprio sequestro, que aconteceu quando ela era bebê. De acordo com informações do G1, ela conseguiu encontrar a família biológica em Alto Paraíso (RO). Ela foi raptada há três décadas. Segundo a vítima, foi a “mãe adotiva” quem a sequestrou.
“Quando eu tinha sete ou oito anos a dona Maria (mãe adotiva) me chamou e disse que meu pai biológico pediu para ela ficar comigo, já que ele não tinha condições de me manter, pois tinha meus dois irmãos mais velhos. Ela dizia que o meu pai adotivo só ficaria comigo se fosse “de papel passado”, então me registraram. Ela também falava que minha mãe verdadeira era falecida”, recorda Neuza de Jesus.
O caso começou a ser solucinado anos depois, pois Neuza sempre teve curiosidade para saber a origem da própria família.
“Quando tinha 12 anos perguntei para minha mãe adotiva como meus pais biológicos chamavam. Ela disse: Ester e Sebastião. Perguntei também os nomes dos meus irmãos e ela me respondeu: “você tem um irmão mais velho chamado Célio e o do meio Dione”. Nisso, fiquei encasquetada com a história e me indagava: poxa meu pai me deu, mas ao mesmo tempo me consolava por ele não ter me jogado na rua”, relata.
Posteriormente, Neuza de Jesus utilizou o Facebook para encontrar os parentes biólogicos. Até que uma usuária da rede social comentou que conhecia a mãe de Neuza e que ela estava viva.
“Ela respondeu dizendo que em Alto Paraíso tem uma senhora que conheceu a minha mãe e meus irmão há 25 anos. Essa moça entrou em contato comigo no particular e perguntou os nomes dos meus irmãos. Eu só tinha o primeiro nome, mas falei. Ela me revelou que minha mãe não estava morta. Desse dia pra cá minha vida mudou”, completa.
Foi então que Neuza conseguiu entrar em contato com o irmão Célio. Porém ele alegou para a a mulher que ela não foi adotada. Ela havia sumido após a mãe deles amamentar e deixá-la no berço.
Após comprovar a história, Neuza confrontou a mão adotiva. “Ela me contou toda a história de novo. Perguntei se eu já era registrada, ela disse que não e ainda falou que minha mãe era analfabeta. Respondi que o fato dela ser analfabeta, não era o motivo de não ter sido registrada e já falei que tinha achado meu irmão. Ela ficou toda feliz. Então eu disse: “mãe eu tenho uma bomba pra senhora, minha mãe verdadeira não está morta!”. Ela ficou transtornada pelo telefone e começou a me dizer que minha mãe era morta”, conta.
Fonte: Jornal de Brasíilia