O posicionamento foi citado no rascunho da declaração final do encontro do grupo, que será divulgada oficialmente no sábado (21)
Os países do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, estão determinados a continuar fazendo todo o possível para conter a pandemia, e alertam que a recuperação econômica global segue “desigual, altamente incerta e sujeita a riscos elevados”.
O grupo também afirma que controlar a pandemia é fundamental para que haja recuperação econômica.
O posicionamento foi citado no rascunho da declaração final do encontro do grupo, que será divulgada oficialmente no sábado (21). O material antecipado foi obtido pela agência Reuters.
No rascunho, os países também reconhecem que a crise gerada pela pandemia atinge de forma mais dura as pessoas mais pobres, e que alguns países poderão precisar de mais prazo para quitar dívidas, além do acerto atual, que postergou pagamentos de dívidas externas nacionais para depois de junho de 2021.
“Estamos determinados a continuar a usar todas as ferramentas disponíveis, pelo tempo que for preciso, para proteger a vida, o emprego e a renda das pessoas, apoiando a recuperação da economia global e aprimorando a resiliência do sistema financeiro, enquanto o protegemos de riscos”, diz a versão preliminar do relatório final.
Mais cedo nesta sexta (20), a União Europeia disse esperar que os EUA adotem uma posição em favor do multilateralismo quando Joe Biden assumir a Presidência do país, no início do ano que vem, sobretudo nas áreas sanitária e ambiental.
“Todos os países devem trabalhar juntos para melhorar a segurança sanitária global. Até agora, os Estados Unidos não quiseram se envolver nessa questão. Espero que isso mude com o presidente eleito”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na véspera da 15ª cúpula do G20, que deveria acontecer na Arábia Saudita, mas será virtual, devido à pandemia de coronavírus.
No topo da agenda das maiores economias do mundo estão um plano de ação contra a Covid-19 e o estabelecimento de medidas para conter o impacto da pandemia nas economias globais, incluindo o alívio da dívida dos países mais pobres.
Durante o governo de Donald Trump, os EUA iniciaram o procedimento para deixar a Organização Mundial da Saúde (OMS), da qual são o principal doador. Em 2019, o país desembolsou US$ 400 milhões (R$ 2,06 bilhões), equivalentes a cerca de 15% do orçamento da entidade sediada em Genebra.
Von der Leyen pediu também união dos países para além da pandemia atual e disse que a OMS precisa “melhorar a sua eficácia”. A UE ainda espera que Washington reveja a decisão de Trump de deixar o Acordo de Paris sobre mudança climática, pois Biden já se comprometeu a recolocar o país no tratado.
O pacto é a principal iniciativa global para frear as mudanças climáticas.
A saída -formalizada no dia 4- faz dos EUA o único país entre os 197 signatários a abandonar o pacto, criado em 2015 no governo de Barack Obama. No tratado, o governo americano se comprometia a reduzir as emissões de carbono do país entre 26% e 28% até 2025 com base nos níveis de poluição de 2005.
Durante a gestão Trump, Washington também se retirou de outros acordos multilaterais, dentre os quais o do programa nuclear do Irã e o das negociações para um pacto global para a migração.
Fonte: FolhaPress