A decisão de colocar uma aeronave Hércules C-130 e um jato C-99 à disposição foi tomada há pouco pela FAB e pelos governos de Minas Gerais e de Alagoas
Dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) vão ser utilizadas para transportar os corpos e os parentes das vítimas, bem como os feridos do acidente com o ônibus que caiu de uma ponte da BR-381, na cidade de João Monlevade, na região central de Minas Gerais, no início da tarde de sexta-feira (4).
A decisão de colocar uma aeronave Hércules C-130 e um jato C-99 à disposição foi tomada há pouco pela FAB e pelos governos de Minas Gerais e de Alagoas. No primeiro avião serão transportados os corpos já liberados pelo Instituto Médico Legal (IML). No jato viajarão os parentes das vítimas que se deslocaram para Minas Gerais e os sobreviventes que receberam alta médica.
Segundo o coordenador adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, tenente-coronel Flávio Godinho, o traslado dos corpos está previsto para o meio-dia (12h) desta segunda-feira (7). As aeronaves partirão do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, com destino a Paulo Afonso (BA), distante cerca de 100 quilômetros da cidade de Mata Grande (AL), de onde o ônibus com destino a São Paulo partiu com 45 pessoas a bordo.
“Todas as ações estão sendo coordenadas pela FAB e pelos gabinetes militares de Minas Gerais e de Alagoas”, declarou Godinho a jornalistas.
Mortos e internados
Já chega a 19 o número de pessoas que perderam a vida com a queda do veículo de uma altura de cerca de 30 metros. Todas foram identificadas e seus corpos estão liberados para as famílias. Os nomes das vítimas fatais, no entanto, não foram divulgados. Segundo a Polícia Civil, um dos corpos já foi entregue aos cuidados de parentes. Outros quatro serão levados para São Paulo amanhã (7) de manhã, sob os cuidados da Polícia Científica paulista.
De acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil de Minas Gerais, 15 pessoas continuam internadas em unidades de saúde de João Monlevade (12) e de Belo Horizonte (3). Sete passageiros que sofreram ferimentos leves foram atendidos e logo receberam alta. Outros três que estavam a bordo do ônibus não precisaram de atendimento hospitalar. E uma pessoa não foi localizada. Segundo o delegado regional Paulo Tavares Neto, responsável pelo inquérito instaurado para apurar as causas e responsáveis pelo acidente, trata-se do motorista do ônibus.
Investigações
Pouco depois o acidente, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais divulgou que, segundo relatos de passageiros e de outras testemunhas, o ônibus teria perdido tração após atravessar a chamada Ponte Torta e chegar a uma subida. O veículo teria voltado de ré, desgovernado, e percorrido parte da ponte antes de atingir a mureta e cair sobre uma linha de trem.
Em entrevista no fim da tarde deste sábado (5), o delegado regional informou que os donos da empresa responsável pelo ônibus ainda não tinham feito contato com as autoridades. Ainda não está claro se o veículo pertence a JS Turismo ou a Localima Transporte, ambas de Alagoas. A JS Turismo informou, em nota, que o ônibus pertence a Localima e que apenas o arrendava para viagens feitas até outubro deste ano, quando desfez o contrato. Apesar disso, segundo a empresa, a Localima não teria retirado o adesivo da JS Turismo do vidro dianteira do ônibus.
A reportagem não conseguiu contato com os representantes da Localima. Consultada, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt) informou que, embora esteja cadastrada, a JS Turismo não tinha autorização para realizar o serviço de transporte de passageiros. Já a Localima não está sequer cadastrada junto a ANTT.
FONTE: Agência Brasil