No entanto, para isso, é preciso que os imunizantes estejam sendo usados em países cujas normas sejam rígidas e seguras
O governo do Estado tem mantido contato com a indústria farmacêutica, demonstrando interesse em adquirir doses das vacinas contra a covid-19 diretamente dessas empresas. No entanto, o Estado ainda acompanha as negociações do governo federal com as fabricantes dos imunizantes, esperando que a União adquira, o quanto antes, todas as doses disponíveis e que faça a distribuição para os estados.
Durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira (4), o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, afirmou que a farmacêutica americana Pfizer já deu um retorno ao governo do Estado sobre a possibilidade de vender doses ao Espírito Santo. No entanto, a empresa ainda mantém negociações com o governo federal.
“As negociações da Pfizer com a União não foram encerradas. Elas conseguiram ter um avanço e entendemos que é momento de o governo federal fazer com que a integridade e a unidade nacional do Sistema Único de Saúde e a unidade do programa nacional de imunização seja preservada, e que a União compre todas as doses disponíveis no mercado, para garantir a imunização de toda a população brasileira ainda em 2021”, ressaltou Nésio Fernandes.
O secretário afirmou ainda que aguarda com ansiedade as publicações pendentes da CoronaVac — vacina produzida pelo Instituto Butantã, em parceria com o laboratório chinês Sinovac — e do registro da AstraZeneca. O subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, destacou que o Estado ainda mantém contato com o Instituto Butantã, para que tenha uma alternativa caso o governo federal não disponibilize as vacinas para os estados.
Eficácia
Nésio Fernandes ressaltou também que qualquer vacina com eficácia superior a 50%, seja com a administração de uma ou duas doses, é satisfatória para a estabilização da saúde pública, e que os imunizantes que vêm sendo utilizados em outros países atingiram uma eficácia muito maior.
“Até o presente momento, todas as vacinas que tiveram seus dados publicados possuem eficácia muito superior a 50% e todas as que estão sendo utilizadas no mundo seriam de interesse do governo do Estado do Espírito Santo”, frisou.
O secretário disse ainda que todas as vacinas que atingiram o estágio 3 dos testes, e que já estão sendo utilizadas em outros países, são aptas a serem adquiridas pelo Espírito Santo. Nésio Fernandes citou como exemplo a vacina russa da Gamaleya, a da AstraZeneca, da Pfizer, da Moderna, além da própria CoronaVac.
O secretário de Saúde, no entanto, frisou que, para serem compradas pelo Estado sem o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é preciso que as vacinas estejam sendo usadas em países cujas normas sejam rígidas e seguras.
“Nós temos uma norma estadual. Para que as vacinas possam ser compradas pelo governo do Estado, sem o registro da Anvisa, é necessário que elas estejam em uso em países centrais, que a legislação estadual reconhece como países com normas rígidas, estritas, seguras e que possam dar segurança ao governo do Estado, da aquisição dessas vacinas para aplicar na população capixaba”.
Custos
Sobre o quanto o governo do Estado estaria disposto a desembolsar para adquirir as vacinas contra o coronavírus, caso haja disponibilidade no mercado, Nésio Fernandes disse que esse custo depende do preço dos imunizantes e de quantas doses serão necessárias para se atingir a eficácia de determinada vacina. Segundo o secretário de Saúde, o preço médio de uma dose tem variado entre US$ 3 e US$ 10.
“O dispêndio de recursos vai variar de acordo com a necessidade, com o preço da vacina. Então vai depender de quantas doses serão necessárias para alcançar uma eficácia suficiente, em cada vacina, e a disponibilidade da indústria. O Estado tem interesse em adquirir uma quantidade importante de vacinas, suficientes para poder antecipar a vacinação de grupos que estão previstos em etapas futuras, de acordo com o plano estadual”, destacou.
Fonte: Folha Es