Vice-presidente da Assembleia acredita que burocracia favorece corrupção e emperra a máquina pública na prestação de serviços de qualidade ao cidadão
Durante seu discurso na primeira Sessão Ordinária de 2021 na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, o deputado estadual Marcelo Santos (Podemos) destacou que um dos desafios do próximo biênio – depois da pandemia e da crise econômica – será eliminar a burocracia. Segundo afirmou, além de contribuir para a corrupção, ela trava a realização de obras e atrasa o desenvolvimento do Estado.
“É muito legal poder voltar a essa tribuna, iniciando oficialmente os trabalhos da Assembleia Legislativa, e poder falar sobre o Espírito Santo, especialmente até o fim desta legislatura. Nesse biênio, nós temos alguns desafios, um deles é fazer com que todo o compromisso feito pelo Governo do Estado, junto à população capixaba, ajudando esse estado a crescer e desenvolver. Pra isso, nós temos que enfrentar, talvez, o grande mal – depois da Covid-19 e da crise econômica – que é a burocracia. A burocracia que tempos atrás foi criada pra que pudesse evitar, por exemplo, a corrupção, é ela que mais a favorece nos dias atuais, tendo em vista a dificuldade que o Poder Público – e aqueles que prestam serviço pra ele em executar, por exemplo, uma obra”, comentou.
Marcelo Santos destacou o imbróglio para a construção do Hospital Geral de Cariacica. “Infelizmente, a burocracia acaba atrapalhando o desenvolvimento de um município, de um estado e de uma nação. O Hospital Geral de Cariacica, por incrível que pareça, teve licenciamento ambiental pra fazer o início de sondagem e terraplanagem e demorou um tempo, que eu entendo que não é o tempo necessário, para que pudesse emitir a licença. Ou corrigir aquilo havia solicitado. Foi um tempo exagerado, que poderia ser muito mais veloz, tendo em vista as ferramentas tecnológicas que nós temos em mãos pra que pudesse sair do papel e efetivamente ser entregue pra população. Essa burocracia tem que ser eliminada, o sistema ainda é muito burocrático.”
Para equacionar este gargalo, o parlamentar lembrou que um Grupo de Trabalho, liderado por ele, está elaborando uma série de propostas. “É inadmissível, por exemplo, ir numa dita cidade, com a emenda parlamentar aprovada e, na hora que o prefeito for solicitar um convênio para liberação de recursos para fazer uma pavimentação, ligando um bairro a outro, essa obra não sai do papel, mesmo tendo recurso liberado! Ora, a burocracia é maior do que o interesse público e da necessidade de uma população? Tem que começar a pensar nisso. Aqui no Estado, nós vamos mudar, mas é preciso ter uma mudança maior, ampla lá no Congresso Nacional e, por isso, já estou em contato com o líder da bancada, o deputado federal Da Vitória.”
O vice-presidente do Legislativo acredita que alguns atores emperrem a máquina pública para conquistar algum tipo de status. “O servidor público tem que começar a perceber que o papel e a caneta dele não é mais importante do que a necessidade e o interesse público. Ele não precisa mais assinar, o sistema agora é digital.”