Caboclo, afastado por denúncia de assédio sexual, comprou novo jato particular para a CBF. Por R$ 70 milhões. A entidade já tinha um de R$ 50 milhões. Salário de presidente da CBF é de R$ 270 mil mais bonificação
Em 2009, o ex-presidente Ricardo Teixeira cansou de voos comerciais. E decidiu, de forma totalitária, comprar um jato particular para a CBF.
O Citation CJ4, da empresa norte-americana Cessna.
A desculpa oficial é que deveria circular pelo país, na organização da Copa do Mundo de 2014.
Assim, a entidade gastou 10 milhões de dólares, em junho de 2009, cerca de R$ 50 milhões, no câmbio atual. E ainda entrou na justiça para não pagar imposto, IPI, sobre a aeronave, já que a entidade é ‘uma associação de direito privado de caráter desportivo, que não tem fins comerciais e industriais’.
O jato particular de 11 anos, poderia tranquilamente, se bem cuidado, seguir sendo utilizado, com segurança, por pelo menos mais vinte anos, no mínimo, garantem os especialistas em aviação.
Há pelo menos um mês havia o boato que a CBF iria comprar um novo jato.
Há quatro dias, o colunista Lauro Jardim confirmou a negociação.
E hoje, Rodrigo Mattos obteve a informação que a compra foi realmente efetivada pelo presidente Rogério Caboclo. Na sexta-feira passada, dia que a denúncia dos assédios sexual e moral a uma funcionária da CBF se tornou pública.
Os detalhes são revoltantes.
Caboclo decidiu comprar um jato modelo Legacy, com 16 lugares. Por 14 milhões de dólares, cerca de R$ 70,8 milhões.
Um luxo desnecessário, descabido, com o país mergulhado na recessão, lutando contra a pandemia.
A rejeição chegou até a atual diretoria da CBF.
Como Caboclo autorizou o pagamento, na sexta-feira passada, a compra já foi efetivada.
A direção, comandada agora pelo coronel Antônio Nunes, está fazendo o possível para devolver a aeronave.
Anular a compra.
Mas se não conseguir, colocará o novo avião à venda.
E seguirá com o jato particular Citation.
O patrimônio da CBF, em 2020, era de R$ 873 milhões.
Deve passar dos R$ 900 milhões em 2021.
O salário de Rogério Caboclo, repassado para o coronel Antônio Nunes, é de R$ 270 mil.
Além de bônus.
Os vices recebem R$ 98 mil.
Secretário-geral e diretores recebem entre R$ 80 mil e R$ 30 mil.
Eles ganham não só 13º salário.
Recebem 14º salário.
E ainda há participação no lucro da entidade para alguns.
Como para o presidente.
Ninguém ‘bate ponto’ ou tem a obrigação de aparecer na entidade todo os dias.
O país luta para fugir da recessão.
Há mais de 14 milhões de desempregados.
Clubes acumulam dívidas astronômicas.
A CBF é um mundo à parte no Brasil.
Entidade cuja finalidade é apenas organizar campeonatos.
Cuidar da seleção brasileira.
Que proporciona à sua cúpula salários astronômicos.
E, hoje, é dona de dois jatos particulares.
No valor de mais de R$ 120 milhões.
E se hospeda em um luxuoso prédio que comprou na Barra da Tijuca.
Por mais de R$ 100 milhões…
Fonte: R7