Segundo a legislação, quando o suspeito pertence ao ceio familiar da vítima, a pena pode ser agravada
Os crimes que envolvem mortes sempre deixam marcas nas famílias das vítimas e dos homicidas. Quando vítima e assassino pertencem ao mesmo ciclo de parentesco, a situação fica ainda mais delicada.
Casos assim não são raros. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública, dos 90 homicídios registrados no Espírito Santo em outubro, 30 foram cometidos por parentes das vítimas. O número representa uma média de quase um crime envolvendo familiares por dia.
O caso mais recente aconteceu no último final de semana, no bairro Jardim Tropical, na Serra. Um jovem de 28 anos foi morto a facadas. Segundo a polícia, o crime teria sido cometido pelo pai da vítima, que ainda não foi encontrado.
A motivação do crime não foi divulgada. O suspeito de assassinar o próprio filho gravou um vídeo em que confessa o crime. No vídeo, o homem disse que iria se entregar para a polícia.
Quando ocorrem no ceio familiar, muitos dos crimes acontecem na frente de crianças ou adolescentes. No início deste mês, uma mulher de 30 anos foi morta a facadas na frente dos filhos de dois e cinco anos.
Segundo a psicóloga Thiara Faé, é importante ficar atento aos sinais de violência das pessoas para evitar finais trágicos na família.
“Quando há ingestão de álcool, como esse corpo e essa mente responde a ingestão do álcool? Diante dos desafios da vida, como essa pessoa encara?”, exemplifica.
Para a especialista, o diálogo dentro de casa é a melhor solução. “É difícil a gente ajudar aquele que não quer ajuda, que não se vê na posição de quem precisa de ajuda. Mas, ao mesmo tempo, quando é um assunto que coloca em risco a vida dessa família, é preciso tomar uma atitude”, destacou.
Dos cinco casos policiais envolvendo famílias que mostramos nas últimas semanas, dois acabaram em pessoas mortas. Segundo o advogado criminalista Flávio Fabiano, a pena para quem mata um familiar próximo como pai e mãe é maior.
“Nos casos em que o crime é praticado de pai contra filho ou filho contra pai, a pena também é agravada. Nesses casos, ela é aumentada”, complementou.
Fonte: R7