Investigação tenta esclarecer desaparecimento de indigenista da Funai e jornalista inglês colaborador do jornal The Guardian
A Polícia Federal ouviu duas testemuhas do caso de desaparecimento de um servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) e um jornalista inglês. Eles prestaram depoimentos no início da noite desta segunda-feira (6) e foram liberados.
O indigenista da Funai Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian, desapareceram no Vale do Javari, na Amazônia, há pelo menos 24 horas. Eles estão incomunicáveis desde a tarde deste domingo (5).
A dupla fazia o trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, distante 1.135 km de Manaus. Segundo a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), os dois iriam visitar a equipe de vigilância indígena do lago do Jaburu na sexta-feira (3) e deveriam voltar à Atalaia do Norte neste domingo pela manhã, o que não aconteceu.
O Ministério Público Federal, a Polícia Federal e o Exército participam das buscas. “Às 14h, saiu de Atalaia do Norte uma primeira equipe de busca da Univaja, formada por indígenas extremamente conhecedores da região. A equipe cobriu o mesmo trecho que Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips supostamente teriam percorrido, mas nenhum vestígio foi encontrado”, informa o comunicado da Univaja.
Bruno é indigenista especializado em povos indígenas isolados e conhecedor da região, onde foi coordenador regional por cinco anos. Segundo lideranças indígenas da região, ele estava recebendo ameaças durante a viagem.
Ao The Guardian, a esposa do jornalista inglês, Alessandra Sampaio, pediu “ações urgentes” para a urgência deste momento. “Tudo o que posso fazer é rezar para que Dom e Bruno estejam bem em algum lugar, impossibilitados de continuar a jornada por causa de algum problema mecânico”, declarou.
Fonte: R7