Agora tricampeã mundial bateu quatro rivais do Velho Continente para ficar com título; Scaloni disse que rival foi mal-interpretado

A Argentina tratou de celebrar o seu tricampeonato mundial, conquistado no último domingo (18), sobre a França. Em meio à festa, sobrou uma ou outra provocação a uma antiga fala do astro rival, Kylian Mbappé, sobre um potencial favoritismo dos europeus frente aos sul-americanos. Dentro de campo, os hermanos venceram e ficaram com a Copa do Mundo, no estádio Lusail.

Mbappé pode nem estar errado se levado em conta, por exemplo, o histórico da seleção brasileira. Os pentacampeões mundiais foram eliminados por europeus nas últimas cinco oportunidades: França (2006), Holanda (2010), Alemanha (2014), Bélgica (2018) e Croácia (2022). Por outro lado, só na campanha de La Tercera, os argentinos venceram Polônia, Holanda, Croácia e França.

Ainda antes de embarcar para Doha, Mbappé lançou a polêmica. O camisa 10 dos Bleus, agora com 12 gols em duas participações em Copas do Mundo, ressaltou o alto nível dos campeonatos disputados na Europa, ainda mais depois que foram diminuídos os amistosos entre seleções de outros continentes.

“A vantagem que nós temos aqui é que sempre jogamos partidas de alto nível. Temos a Nations League, por exemplo. Quando a gente chega à Copa do Mundo estamos prontos. Por isso que, quando você olha para as últimas Copas, sempre são os europeus que ganham”, disse Mbappé, em entrevista à TNT Sports.

A declaração caiu mal entre jogadores sul-americanos, alguns que atuam também no Paris Saint-Germain. Lionel Messi, outro que brilhou na final, não se manifestou publicamente; Neymar, eliminado nas quartas, tampouco. Coube a Ángel Di María, autor do segundo gol na partida decisiva, dar um pitaco na fala do rival — os dois chegaram a jogar juntos no time da capital francesa.

“Hoje demonstramos que estamos à altura das seleções europeias”, limitou-se a dizer o jogador para as TV argentinas.

Nos vestiários, o ex-jogador Kun Aguero, aposentado aos 34 anos devido a um problema cardíaco, chegou a cantar uma música com “um minuto de silêncio / para o Mbappé que está morto”. Alguns companheiros de seleção deram risada, enquanto outros fugiram da imagem publicada nas redes sociais.

Se Messi marcou dois gols na decisão, Mbappé marcou três vezes e manteve a França o tempo todo viva no jogo. O primeiro, aos 35 anos, em sua última Copa do Mundo, chegou a 13 gols em cinco edições da competição; aos 23, Mbappé já tem 12 gols.

Na entrevista coletiva, o técnico Lionel Scaloni foi quem pôs ponto-final na polêmica. Segundo ele, o jogador francês foi mal interpretado.

“Não quero criar polêmica com europeu e sul-americano. Os sul-americanos são do primeiro nível. Quando o Mbappé disse o que disse, foi mal interpretado, porque ele joga com amigos sul-americanos e não diria uma coisa dessas. A América do Sul não ganhava havia um tempo, mas não era por nível. Tem mais seleção europeia no Mundial e você pode ficar no caminho. Mas tem que interpretar as palavras e não entrar na polêmica”, disse Scaloni.

A Argentina conquistou um título sul-americano pela décima vez — ela própria em 1978, 1986 e 2022, Uruguai (1930 e 1950) e Brasil (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002). Os europeus somam 12 conquistas: Itália (1934, 1938, 1982 e 2006), Alemanha (1954, 1974, 1990 e 2014), Inglaterra (1966), França (1998 e 2018) e Espanha (2010)

A Argentina deixou o Catar na madrugada desta segunda-feira e a previsão é que chegue a Buenos Aires, depois de uma parada em Madri, às 19 horas (local).

Fonte: R7