No retorno ao Nilton Santos, Alvinegro tem início fulminante com dez minutos de muita intensidade, mas volta a mostrar fragilidades apesar do triunfo sobre o São Paulo
No retorno ao Nilton Santos, Alvinegro tem início fulminante com dez minutos de muita intensidade, mas volta a mostrar fragilidades apesar do triunfo sobre o São Paulo
Desde o início da temporada, o Botafogo convive com um paradoxo que irrita a torcida. Por um lado, Luís Castro tem a manutenção da espinha dorsal do trabalho de 2022. No entanto, o primeiro trimestre da equipe deixou a desejar, sobretudo quando mediu forças com os principais rivais, ficando de fora das semifinais do Carioca. A meta era estrear bem no Brasileirão para recuperar a confiança também para a Sul-Americana.
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Para triunfar sobre o São Paulo, era necessário encontrar o equilíbrio e quebrar um jejum de onze anos sem vencer em estreias na competição nacional. Somado a isso, o time tinha dois aliados importantes para o restante da temporada. O retorno ao Nilton Santos, que passou por reforma com a troca para o gramado sintético, e a presença da torcida.
Sem Marçal, Luís Castro optou por escalar Rafael e viu o Alvinegro ter os melhores dez primeiros minutos do ano. Com intensidade e volume de jogo, a equipe entendeu que a bola aérea era o caminho, e Eduardo a colocou na cabeça de Tiquinho Soares para abrir o placar. Parecia que a grama sintética ajudaria o estilo de jogo em velocidade e que o Alvinegro construiria uma boa vantagem no primeiro tempo.
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Entretanto, a partir disso, o Glorioso voltou a oscilar e teve dificuldade em oferecer perigo. Com a bola nos pés, o time produzia pouco e só era efetivo quando recuperava o domínio e partia para o contra-ataque. Foram dois momentos completamente distintos dentro dos primeiros quarenta e cinco minutos. Indo da intensidade à apatia mesmo tendo a vantagem no placar.
Diante da queda de rendimento, a defesa do Botafogo voltou a falhar, e Calleri aproveitou. Para o segundo tempo, o português teria que fazer mudanças para encontrar o equilíbrio e perceber o ponto fraco do adversário. O lado direito do São Paulo era o mais frágil, com Rafinha dando espaço para Júnior Santos se infiltrar. Mas somente no etapa final o atacante finalizou com perigo, assim como Luís Henrique, que entrou na volta do intervalo no lugar de Gustavo Sauer, apagado no jogo, e explorou os lados do campo
Outro grande nome da partida foi Lucas Perri. O goleiro, mais uma vez, mostrou que irá brigar pela posição mesmo com a volta de Gatito Fernández. Duas defesas seguras que impediram uma possível virada do adversário e deixaram o Alvinegro vivo no jogo. Ao longo do ano, o arqueiro tem dado demonstrações de estar no auge de sua forma física e ser um trunfo do time nos momentos mais difíceis.
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Ao perceber o caminho das pedras, o português lançou Matías Segovia para dar velocidade e incomodar. Mas foi novamente pelo alto que os donos da casa se destacaram e sacramentaram o triunfo. Víctor Cuesta achou Eduardo na área para, de cabeça, recolocar o time carioca na frente e trazer os três pontos em uma estreia de Brasileirão. Algo que não acontecia há onze anos, contra o mesmo adversário.
O triunfo é importante para dar confiança ao grupo que disputa três competições e sonha em alçar voos maiores no segundo ano de SAF. Luís Castro terá que trabalhar as oscilações e fazer com que a equipe tenha a mesma intensidade dos dez primeiros minutos, sobretudo em casa. Ao contrário da temporada passada, o foco é utilizar o Nilton Santos como alçapão e mostrar força diante da torcida não só com bom desempenho, como também com resultados.
Estreias do Botafogo nos últimos onze anos
2012 – Botafogo 4 x 2 São Paulo
2013 – Corinthians 1 x 1 Botafogo
2014 – São Paulo 3 x 0 Botafogo
2016 – Botafogo 0 x 1 São Paulo
2017 – Grêmio 2 x 0 Botafogo
2018 – Botafogo 1 x 1 Palmeiras
2019 – São Paulo 2 x 0 Botafogo
2020 – Bragantino 1 x 1 Botafogo
2022 – Botafogo 1 x 3 Corinthians
2023 – Botafogo 2 x 1 São Paulo
Fonte: Lance