Quadro da emissora chegou ao fim nesta temporada do futebol brasileiro

Raphael Claus comentou sobre o fim da Central do Apito nas transmissões esportivas da Rede Globo. De acordo com o árbitro, a atração prejudicava os jogos pois os comentaristas davam opiniões próprias ao invés de seguirem as orientações estabelecidas pela Fifa.

Os canais Globo decidiram retirar o quadro do ar para esta temporada após a existência de polêmicas. O fim da atração gerou as demissões de Sandro Meira Ricci e Fernanda Colombo em março deste ano.

O atual árbitro da escala da CBF, comentou alguns relatos que vivenciou em campo para fundamentar o raciocínio. Ele apontou que os jogadores reclamavam com frequência ao receberem notícias de que os comentaristas da Globo discordavam da decisão dentro de campo.

– Aliviou sim. Demais. Por que assim, essa informação que às vezes se falava ao vivo. Vamos supor, o jogo estava sendo transmitido e 10 milhões de pessoas acompanhando. Aí ali o cara fala ‘esse lance não é vermelho’. Aí depois da partida aparecia no programa para 100 mil pessoas e às vezes corrigia. Só que ele falou para 10 milhões e está corrigindo para 100 mil. E outro detalhe, às vezes falam na transmissão e rapidinho chega no campo (para os jogadores). E isso distorce o jogo. ‘Falou lá que foi pênalti’. E isso é ruim para o futebol. É uma ferramenta que atrapalha o jogo – disse o árbitro. 

Claus ainda falou sobre a diferença de opinião pessoal contra orientações sugeridas pela CBF. Ele ainda pontuou que tudo é feito com respaldo da FIFA. 

– O Seneme é membro da comissão da Fifa. Ele não cria nenhuma regra da cabeça dele. Tudo que ele passa, orienta os árbitros, é orientação que vem da Fifa. É a mesma coisa na Conmebol, é a mesma coisa na Federação Paulista. Não é que o árbitro apita diferente, é que o jogo às vezes é diferente. Tem muitos fatores que às vezes atrapalham. E quando tinha a Central do Apito atrapalhava um pouco por causa disso. Às vezes o comentarista não está avaliando o que o árbitro é orientado. Ele está dando uma opinião pessoal dele. E isso é ruim. Ele pode até falar ‘Na minha opinião isso não é pênalti’, ou ‘isso não é cartão vermelho’. Mas os árbitros são orientados nessa situação a dar. Senão fica fumaça. Você vai escutar uma coisa que às vezes não é realidade – concluiu.

Fonte: Lance