Filha de Maria de Fátima a encontrou morta no quarto e mandou mensagens no grupo da família dizendo que o pai tinha matado a mãe. Polícia investiga suspeita de feminicídio.

Uma técnica de enfermagem de 41 anos foi morta a facadas enquanto dormia na madrugada de sábado (12) no bairro Feu Rosa na Serra, Grande Vitória. A filha de 17 anos foi quem encontrou o corpo da mãe no quarto.

O principal suspeito do crime é o marido da mulher. A própria filha chegou a mandar mensagens em um grupo da família logo depois da morte da mãe. A polícia ainda investiga o caso para saber se foi feminicídio.

“Gente!! Meu pai matou minha mãe agora”, diz mensagem enviada pela filha do casal.

Filha mandou mensagens em grupo da família falando que o pai tinha matado a mãe — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Maria de Fátima Pereira Analio da Silva, de 41 anos, foi morta com uma facada no peito e outra no pescoço.

“As filhas estão revoltadas. A mais velha falou que ele é um monstro e que ele acabou com a vida dela”, contou a irmã da vítima, Delcimara Pereira Analio Lírio.

A vítima tinha três filhos com o suspeito. A mais filha mais velha, contou que por volta de 1h20 da madrugada de sábado ela estava acorda no quarto emendo no celular. A mãe dormia em outro quarto.

A jovem disse que ouvia o pai inquieto andando de um lado para o outro da casa, e depois ela percebeu que o pai ligou o carro e saiu.

O pai voltou para casa e alguns minutos depois ela ouviu um barulho estranho e saiu do quarto para ver o que tinha acontecido. Ao sair, a jovem encontrou o pai saindo de casa. Quando a filha entrou no quarto, encontrou a mãe morta.

A irmã da vítima disse que na última terça-feira (8) o marido já tinha tentando matar Maria de Fátima. Ele a agrediu e apertou o pescoço dela e a filha de 17 teve que socorrer a mãe.

“Nós não estávamos aqui. Só tava meu pai e as minhas sobrinhas. A minha sobrinha ligou pra polícia, a polícia veio e constatou que tinha óbito”, disse a irmã.

Maria de Fátima sofria do coração e foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Castelândia, e só foi liberada no dia seguinte. Na quarta-feira (9) ela dormiu na casa dessa vizinha, que preferiu não se identificar.

“Ela tava com medo dele, ela tava aterrorizada dele fazer alguma coisa com ela, porque na noite anterior ele ameaçou ela e as crianças com um facão. Ele era ciumento mesmo eles já tendo quase 20 anos de casado. Ele só tinha ciúmes dela.”, relatou a vizinha.

Na quinta-feira (10), Maria de Fátima voltou para casa, mas passou a dormir em quarto separado do marido.

O marido fugiu depois do crime em um carro que tinha acabado de vender para o sogro, de 77 anos. Na manhã de sexta-feira (11), ele pediu R$11 mil no carro. O sogro foi no banco e transferiu o dinheiro. A família acredita que o crime foi premeditado .

“Frieza dele, porque ele agiu premeditadamente a semana inteira. E ele ligou a semana inteira falando que eu não precisava me preocupar com a minha irmã, que ele não ia fazer nada com a minha irmã. Eu creio em Deus e eu creio na justiça de Deus. Que Deus vai trazer ele e ele vai pagar pelo o que ele fez com a minha irmã”, comentou a irmã da vítima.

A Polícia Militar disse que foi acionada na madrugada deste sábado e prosseguiu até o bairro Feu Rosa, onde uma solicitante informou que seu pai teria agredido sua mãe com uma facada no pescoço dentro da residência onde moravam.

Os policiais entraram na casa e encontraram a mulher de 41 anos já sem vida em um quarto, coberta com um lençol.

Ainda de acordo com a PM, o suspeito fugiu e não foi encontrado durante o atendimento no local. A perícia foi acionada e a ocorrência foi encaminhada à Polícia Civil para investigação.

A Polícia Civil informou que o caso seguirá sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) e nenhum suspeito do crime foi detido.

A polícia reforçou ainda que somente após a autoridade policial que estará à frente das investigações formar sua convicção, pautada na análise dos elementos coletados no inquérito policial, que se poderá afirmar a presença de uma qualificadora, inclusive a do feminicídio.

Fonte: G1