Investigação da polícia aponta que os cinco homens presos são atuantes no grupo que furtava caminhonetes de luxo, e que agia no estacionamento do Aeroporto de Vitória
A Polícia Militar prendeu na quinta-feira (22), em Guarapari, cinco suspeitos de integrar uma quadrilha de roubo de caminhonetes de luxo – especificamente o modelo Toyota Hilux. Eles estavam sendo monitorados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, onde são apontados como responsáveis pelo furto de sete veículos na Região dos Lagos.
Os criminosos chegaram ao Espírito Santo na quarta-feira (21) e, na madrugada de quinta, furtaram uma caminhonete em Anchieta, região Sul. Por volta de meio-dia, o serviço de inteligência da PM identificou o veículo, que já estava com a placa adulterada, em Guarapari. Começou, então, uma perseguição, que terminou no Centro do município.
Ao todo, cinco pessoas foram presas em flagrante, entre elas os cabeças da organização: Teófilo Alves Rodrigues e Edgard de Almeida Silva. Os outros integrantes presos são Jonathan Pereira Bertolino, André Viana Silva, Francimar Fábio Lisbôa Alves Júnior.
Conforme investigações da polícia, a suspeita é que eles sejam da mesma quadrilha responsável pelos roubos de veículos no Aeroporto de Vitória e em outros Estados no ano passado.
De acordo com a apuração, depois que os aeroportos reforçaram a segurança dentro dos estacionamentos, o grupo passou a mirar áreas nobres para furtar as caminhonetes.
Quadrilha de roubo de caminhonete de luxo presos em Guarapari. (Divulgação | Polícia Civil Rio de Janeiro)
Veículos eram levados para Goiás
A polícia identificou sete furtos de caminhonetes Hilux no Rio de Janeiro. Após os roubos, os veículos eram levados para Goiás. Um dos eles foi recuperado no Estado e, a partir daí, as investigações identificaram a rede criminosa.
Em Goiás, nós fizemos uma conexão com a Polícia Rodoviária Federal e conseguimos interceptar esse veículo, houve um confronto e um dos marginais que estava levando esse veículo para Goiás, morreu. Fizemos um levantamento de dados e percebemos que essa pessoa que morreu havia sido presa com outras duas pessoas, também por receptação e furtos
Alessandro Gabri
•Delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro
Teófilo Alves Rodrigues e Edgard de Almeida Silva. (Divulgação | Polícia Civil Rio de Janeiro)
Ainda segundo informações da reportagem da TV Gazeta, os integrantes da quadrilha chegaram ao Estado na quarta-feira de manhã (21), passaram por Vila Velha e foram identificados subindo a Terceira Ponte. A suspeita é que escolheriam Guarapari para cometer outra série de furtos. A esposa de Teófilo chegou a alugar uma casa no município.
Os criminosos são de Belo Horizonte, Minas Gerais, segundo a polícia. Eles viajavam pelo Brasil procurando áreas nobres onde pudessem achar com mais facilidade os veículos e agiam em questão de segundo. Depois, os carros eram levados para Goiás.
Um fato relevante é que quem subtrai os veículos eram mecânicos. Eles utilizavam um aparelho, que conseguem codificar o sistema do veículo, como se estivesse produzindo uma nova chave
Alessandro Gabri
•Delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro
A polícia suspeita que os presos sejam da mesma quadrilha que cometeu furtos em estacionamentos de aeroportos no ano passado. Em Vitória, pelo menos sete veículos de luxo foram furtados em agosto de 2023. Quatro pessoas foram presas no Espírito Santo e em Minas Gerais. O aeroporto reforçou a segurança do estacionamento, inclusive com travas nos carros modelo Hilux.
As investigações continuam para identificar outros integrantes desta quadrilha.
Operação Alto Luxo
Durante a operação Alto Luxo, realizada em 11 de agosto do ano passado, a Polícia Civil prende quatro integrantes de uma quadrilha que estava agindo no estacionamento do Aeroporto de Vitória, atua em diversos aeroportos do Brasil. Somente na capital capixaba, eles furtaram sete veículos do modelo Toyota Hilux – avaliados entre R$ 200 mil a R$ 400 mil.
O titular da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), delegado Luiz Gustavo Ximenes, explicou que o foco desses criminosos eram as Hilux por conta de um equipamento específico onde é possível destravar o carro.
Após o furto, eles vendem os veículos para países da América do Sul e Brasil. Para outros países, os criminosos comercializam as Hilux com modelo com Start-Stop – um botão no veículo que desliga o veículo no momento de uma parada momentânea, como engarrafamentos ou farol vermelho, dando a partida quando o movimento precisa ser retomado de forma automática.
Os veículos que ligam através da chave comum, eles adulteram e comercializam no mercado interno.
No Aeroporto de Vitória, eles agiam da seguinte maneira: os criminosos entravam em um veículo, que funcionava como uma cobertura, iam até o estacionamento, e depois até a Hilux, onde destravavam o carro de luxo e, em seguida, saíam com os dois veículos.
“Por que especificamente o aeroporto? É pela facilidade. Às vezes a pessoa vai viajar, deixa o veículo estacionado e somente depois de 10 a 15 dias retorna. E nesse tempo o veículo já foi transportado para outro país ou já estão adulterados para comercialização no mercado interno”, comentou o titular da DFRV.
Além das sete Hilux furtadas no aeroporto da Capital, essa organização já levou ao menos 22 veículos no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, um em Belo Horizonte e outros nos Estados de São Paulo e Paraná.
Os quatro detidos foram autuados por associação criminosa, furto qualificado mediante composto de pessoas e mediante fraude.
Na 2° fase da operação, mais dois suspeitos de integrarem a quadrilha foram presos em Ribeirão das Neves e Belo Horizonte, em Minas Gerais. De acordo com a Polícia Civil, as pessoas que lidavam com o financeiro, os executores e chefes do grupo são moradores do Estado mineiro, mas atuavam em outros.
As investigações apontaram também que não há envolvimento de funcionários do aeroporto. Segundo a PC, o grupo observava o local e aproveitava a oportunidade quando notavam a picape estacionada.
Fonte: TV Gazeta