Josué André Bragança Nascimento estava em regime semiaberto desde 2019 por outros crimes. No momento dessa prisão, foi coletado exame de DNA que ajudou a polícia a comparar amostras de crimes de estupro cometidos em 2017 na Serra, Grande Vitória.
Após realizar análise de DNA, a Polícia Civil prendeu na quinta-feira (4), em Guarapari, um suspeito de cometer estupros em série na Serra, Grande Vitória, em 2017. Segundo a polícia, Josué André Bragança Nascimento, de 39 anos, é acusado de fazer pelo menos quatro vítimas em menos de um ano.
O material genético tinha sido coletado após a condenação dele por roubo qualificado e tentativa de latrocínio. Atualmente, Josué estava respondendo ao crimes preso no regime semiaberto.
A polícia informou que os estupros aconteceram em 2017, mas o suspeito só foi identificado quase sete anos depois porque a polícia conseguiu comparar amostras de DNA colhidas na época do crime com material genético de condenados.
A delegada da Delegacia da Mulher da Serra Ana Karolina Marques disse que Josué negou os estupros, mas segundo as investigações, o homem agia sempre da mesma forma.
“Não há arrombamento das residências, ele entra por uma janela ou porta aberta, na maioria dos casos ele também subtrai algum objeto da vitima, pratica o estupro e vai embora. Não há realmente uma agressão física, nenhuma delas saiu lesionada. Então ele tem um perfil padrão”, comentou a delegada da Delegacia da Mulher da Serra, Ana Karolina Marques.
Como o suspeito foi preso em 2019 por outros crimes, amostras do DNA dele entraram no Banco de Dados da Polícia Civil. Desde o ano passado, o Ministério da Justiça orientou que as polícias civis de todo o país priorizem o processamento das amostras de DNA relacionadas a crimes de violência sexual, o que facilitou a identificação do suspeito.
“Nossa meta esse ano é para processar 700 vestígios de local de crime, 300 vestígios de crimes sexuais, dando continuidade ao trabalho que está sendo feito. Quanto mais perfis estiverem no Banco de Perfil Genético, maior a probabilidade da gente encontrar resultados desse tipo que a gente está anunciando hoje”, explicou o perito-chefe do laboratório de DNA da Polícia Civil, Caio Nucci de Araújo.
Prova técnica é fundamental na elucidação de crimes
Segundo a polícia, investigadores têm dificuldades de encontrar provas concretas de crimes de estupros, e a identificação e a prisão de Josué só foram possíveis por causa da análise de DNA.
“A investigação desses casos é complicada. É muito comum que vítimas de estupro se lembrem de forma um pouco equivocada da característica do suspeito. Todas as entradas nas residências foram de madrugada, 2h, 3h. Ele usava uma lanterna de cabeça para baixo que dificultava a caracterização, inclusive da cor da pele, das feições do rosto. Uma alega que ele tinha um pouco de cicatriz de espinha, outra alega que não. Então é difícil às vezes você conectar esses casos, inclusive numa gama de estupros que a gente infelizmente tem. E foi o DNA realimente que possibilitou o link desses 4 casos” ,pontuou a delegada.
A Polícia Civil disse que a Justiça autorizou a divulgação da foto de Josué para que outras vítimas de estupro possam identificá-lo.
” Diante dessa importante prova técnica que o laboratório de DNA nos enviou, a partir daí, a Divisão Especializada de Atendimento a Mulher iniciou uma força tarefa para que a partir do momento que este autor estava devidamente identificado por meio de uma prova técnica, nós conseguíssemos também fazer a localização dele e buscássemos a prisão do autor desses estupros” disse a chefe da divisão especializada da mulher, Cláudia Dematté.
Josué André Bragança Nascimento só foi preso por estupros após análise de DNA. — Foto: Divulgação/Polícia Civil do Espírito Santo
Para o secretário de Segurança Pública, Eugênio Ricas, a prisão de Josué representa uma nova dinâmica na solução de casos de violência sexual. Agora ele está preso no Centro de Detenção Provisória da Serra.
Fonte: G1