Ricardo Elias Santana, 45 anos, disse aos policiais penais ter sido atacado depois que os internos descobriram o crime que ele cometeu. A criança morreu após ouvir os gritos de socorro da mãe.

O homem que foi preso pela morte de mãe e filho com golpes de marreta na Serra, na Grande Vitória, em julho deste ano, foi agredido por detentos do Centro de Detenção Provisória de Viana II, no momento do banho. O caso aconteceu na terça-feira (3).

Ricardo Elias Santana, 45 anos, disse aos policiais penais ter sido atacado depois que os internos descobriram o crime que ele cometeu, especialmente por causa do assassinato da criança, que tinha 4 anos.

Segundo o Boletim de Ocorrência registrado por agentes da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), durante o procedimento do banho alguns detentos conseguiram manter as portas abertas. Na hora em que Ricardo ia para o chuveiro, vários internos foram para cima dele.

As agressões pararam somente quando um servidor efetuou um disparo de arma de fogo dentro da galeria.

Ricardo foi encaminhado para o atendimento médico da unidade prisional e, depois, para a Delegacia Regional de Cariacica, onde o caso foi registrado. Em nota, a Sejus disse que os internos envolvidos na briga irão responder a Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD).

Priscila dos Santos Ambrósio, de 34 anos, e Igor Gabriel de Ambrósio, de quatro anos foram encontrados mortos na varanda de casa na Serra, Espírito Santo — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Priscila dos Santos Ambrósio, de 34 anos, e Igor Gabriel de Ambrósio, de quatro anos foram encontrados mortos na varanda de casa na Serra, Espírito Santo — Foto: Reprodução/TV Gazeta

O pintor Ricardo e a cuidadora de idosos Iavelina Noemia de Oliveira foram presos no dia 19 de julho, quatro dias depois da morte de Priscila dos Santos Deambrosio, de 35 anos, e do filho dela, Higor Gabriel Deambrosio, de 4 anos. A motivação para o crime, segundo as investigações, seria uma dívida de R$ 10 mil.

O menino foi atingido por marretadas e morto após ouvir os gritos de socorro da mãe enquanto ela estava sendo assassinada no quintal de casa, no bairro Nova Carapina I, na Serra.

Ricardo Elias Santana, 45 anos, e Iavelina mataram mãe e filho a marretadas na Serra, Espírito Santo, conclui polícia. — Foto: TV Gazeta

Ricardo Elias Santana, 45 anos, e Iavelina mataram mãe e filho a marretadas na Serra, Espírito Santo, conclui polícia. — Foto: TV Gazeta

Ricardo teria planejado o assassinato com Iavelina, que seria sua amante. Os dois tinham pedido um empréstimo a Priscila, que, segundo a Polícia Civil, era agiota. Para não pagar o valor que deviam, os criminosos resolveram matar a mulher.

As investigações apontaram que a criança, inicialmente, não seria um alvo da dupla. A delegada-adjunta da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), Fernanda Diniz, explicou que Iavelina ficou dentro de casa com o menino, enquanto Ricardo foi para o quintal do imóvel com Priscila para matá-la.

No momento em que começou a ouvir o pedido de ajuda, Higor Gabriel correu em direção à mãe. Segundo apontou a Polícia Civil, Ricardo e Iavelina eram amigos da família de Priscila.

“A criança foi para a parte externa da casa e, vendo a mãe já sendo agredida, correu em direção ao suspeito suplicando para que ele parasse. Então, foi dada uma martelada na cabeça da criança, justamente porque ela reconheceria eles nas investigações”, explicou a delegada.

Marreta usada por Ricardo Elias Santana para matar Priscila dos Santos Deambrosio, 35 anos, e o filho dela, Higor Gabriel Deambrosio, 4 anos, na Serra, Espírito Santo — Foto: Jaciele Simoura/Divulgação

Marreta usada por Ricardo Elias Santana para matar Priscila dos Santos Deambrosio, 35 anos, e o filho dela, Higor Gabriel Deambrosio, 4 anos, na Serra, Espírito Santo — Foto: Jaciele Simoura/Divulgação

Segundo a polícia, o pintor confessou o crime de forma fria, mas demonstrou arrependimento por assassinar a criança. A marreta usada no crime foi apresentada em coletiva de imprensa.

Em nota, a Polícia Civil informou que “o caso foi registrado na Delegacia Regional de Cariacica como lesão corporal. As diligências iniciais e as medidas legais foram adotadas, e o detento, de 45 anos, foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Científica (PCIES) para a realização de exame de corpo de delito. O caso seguirá sob investigação do 18º Distrito de Polícia de Viana, sob sigilo”.

Fonte: G1