Agência publicou nota em que afirma que liberou a importação emergencial de 2 milhões de doses da vacina da Oxford
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), anunciou neste sábado (2), que liberou a importação excepcional de 2 milhões de doses da vacina da Oxford/AstraZeneca contra o novo coronavírus pela Fiocruz. A decisão foi assinada na última quinta, 31 de dezembro, segundo a nota, mesmo dia em que a Fiocruz entrou com o pedido para importar o imunizante.
A importação é considerada excepcional porque o uso do medicamento ainda não foi autorizado formalmente pela agência, mas será trazido ao país para que a vacinação possa ser iniciada imediatamente após o uso ser liberado, possivelmente ainda neste mês. A Fiocruz disse que fará o pedido de utilização até o próximo dia 6,
“De acordo com o pedido da Fiocruz, a importação excepcional é uma preparação para antecipar a disponibilização de vacinas a partir do momento em que o seu produto estiver aprovado pela Anvisa”, diz o comunicado da agência.
Como se trata de uma autorização emergencial, a Anvisa estabeleceu algumas regras. A mais importante é que todas as doses serão armazenadas pela Fiocruz, que tem parceria com a Oxford e a AstraZeneca, até que o uso seja liberado.
Corrida para a vacinação
A Anvisa estima que avaliará pedidos de uso emergencial de vacinas em no máximo dez dias. A diretora responsável pela área de vacinas, Meiruze Fritas, disse, em entrevista ao Estadão, que o aval pode ser dado até mais cedo, pois serão considerados os dados já apresentados pelas farmacêuticas. Com esta permissão, é possível começar a vacinação em grupos restritos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), como de profissionais de saúde ou idosos.
A ideia é distribuir 210,4 milhões de doses em 2021, que serviriam para imunizar mais de 105 milhões de pessoas. O governo investiu cerca de R$ 2 bilhões para a compra de doses e transferência de tecnologia para a Fiocruz. No PNI (Plano Nacional de Imunização), o governo prevê aplicar doses desta vacina em cerca de 50 milhões de brasileiros de grupos prioritários ainda no primeiro semestre.
“Essas vacinas serão fornecidas pelo Serum Institute of India, parceiro tecnológico da Fiocruz, fornecedor do PNI e ator central na produção e distribuição em escala global dessa vacina, inclusive por intermédio da iniciativa COVAX. No entanto, para levarmos a cabo essa operação, faz-se necessária a autorização prévia da Anvisa para importação dessa vacina em caráter de excepcionalidade”, informa a Fiocruz à Agência Estado. Ao pedir a liberação da importação, o laboratório coloca como justificativa a “situação de emergência sanitária que requer o início da vacinação no menor prazo possível.”
Responsável por coordenar o estudo clínico da vacina no Brasil, a médica Lily Yin Weckx disse ao Estadão que a primeira dose da vacina já mostra eficácia de cerca de 70% contra a doença, mas em intervalo curto.
“A gente ainda pode ficar com a média de eficácia de 70%. O estudo continua, teremos um ano de segmento para ver a persistência da proteção, dos anticorpos, de segurança, etc. O que é importante é que temos uma vacina segura, eficaz e que pode fazer a diferença na pandemia. Esses números de 60%, 70%, 80% são de proteção contra a doença covid. Mas se considerarmos doenças graves e hospitalização, a vacina foi capaz de evitar quase 100%. Entre as pessoas que foram vacinadas, nenhuma delas teve uma doença grave nem ficou hospitalizada por covid. Todas as hospitalizações ocorreram no grupo controle”, disse a médica.
Fonte: R7