Trabalho havia sido paralisado no início da semana, em decisão polêmica, após voluntário sofrer evento adverso grave que não teve relação com a vacina
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou, nesta quarta-feira (11), a retomada dos testes clínicos da Coronavac, vacina em produção contra a covid-19. Produzida pelo instituto chinês Sinovac Biotech, a Coronavac tem como patrocinador no Brasil o Instituto Butantan, de São Paulo.
A Anvisa havia suspendido os estudos na última segunda (9) por conta de um “evento adverso grave” com um dos cerca de 10 mil voluntários da fase 3 dos testes da vacina. O Butantan recebeu a suspensão com estranheza e assegurou que o óbito não teve relação com o imunizante. Depois, a Polícia Civil de São Paulo afirmou que o paciente atentou contra a própria vida.
A agência se justificou dizendo que optou pela suspensão na segunda (9) porque não teria recebido informações completas sobre o evento adverso grave no paciente em questão. O órgão explicou que, no fim da noite de terça (10), o Butantan enviou o boletim de ocorrência que detalhava a causa da morte no voluntário.
Briga política
A suspensão gerou polêmica porque o presidente Jair Bolsonaro comemorou a suspensão dos testes. Na terça (10), Bolsonaro comentou a paralisação dos trabalhos da seguinte forma: “O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha.”
Bolsonaro tem travado embates com o governador de São Paulo, João Doria, por conta da vacina. Doria foi o primeiro governador a anunciar uma parceria para produção de uma vacina contra a covid-19. Depois, anunciou que a vacinação seria obrigatória, o que gerou respostas ásperas do presidente e o levou a cancelar a compra de 46 milhões de doses do imunizante.
“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Doria queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la”, afirmou o presidente, sem provas, na mesma publicação.
Fonte: Jornal de Brasília