Oito estão envolvidos no caso. Três foram identificados e há expectativa para que Justiça decrete prisão solicitada pela polícia
Após o corpo do soldado Leandro Patrocínio, de 30 anos, ter sido encontrado em um terreno baldio na favela de Heliópolis, na zona sul de São Paulo, e sepultado pela família no Rio de Janeiro, a polícia paulista agora trabalha para esclarecer os detalhes do assassinato.
A principal suspeita é a de que o PM tenha sido levado de um cativeiro até o terreno onde foi encontrado, passando por um estacionamento ao lado. Uma pessoa avisou que os criminosos teriam colocado o corpo em uma caçamba, já que no local há muito descarte de entulho irregular.
Outra denúncia é a de que, naquela manhã do domingo (30), um carro teria entrado nesse mesmo estacionamento com quatro pessoas dentro e saído com apenas três.
A polícia já pediu a prisão de três suspeitos que estariam envolvidos no assassinato. Mas a suspeita é de que ao menos outras cinco pessoas também tenham participado do crime. Ainda não se sabe qual foi o trajeto do grupo até chegar ao terreno onde o corpo foi encontrado, nem por onde entraram. Enquanto seguem as investigações, há expectativa sobre a decisão judicial a respeito do pedido de prisão temporária – por um prazo de 30 dias – dos suspeitos.
A polícia encontrou impressões digitais de dois suspeitos na casa onde estava o relógio do soldado. O local funcionava como cativeiro e fica ao lado da casa noturna, onde o soldado teria ido na noite do desaparecimento.
Desaparecimento
O PM Leandro Patrocínio, de 30 anos, estava desaparecido desde 29 de maio depois de ingressar na comunidade de Heliópolis, na zona sul de São Paulo. O corpo foi localizado no sábado (5) em um terreno da Petrobras com auxílio de cães farejadores. O moletom preto usado por ele estava ao lado do corpo. Também o estado de decomposição indicava, segundo a polícia, que era mesmo o agente desaparecido.
Perfil
Leandro estava lotado em um batalhão da Polícia Rodoviária Estadual, localizado na rodovia Anchieta, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Ele entraria no trabalho às 5h de domingo (30), porém nunca apareceu. Apesar de ser do Rio, ele estava há 5 anos na Polícia Militar de São Paulo.
De acordo com Kelly Patrocínio, irmã do policial, ele era casado e tinha uma filha de 1 ano e 10 meses. Leandro residia no quartel e, nas folgas, retornava ao Rio. O soldado era muito tranquilo e nunca havia recebido ameaças, segundo Kelly.
Leandro foi da mesma turma de formação na Polícia Militar da soldado Juliane dos Santos Duarte, morta na favela de Paraisópolis, também na zona sul paulistana, em agosto de 2018.
As circunstâncias são semelhantes ao crime que vitimou a soldado Juliane. Na ocasião, ela estava em uma festa em um bar na comunidade do Paraisópolis, e após uma confusão no bar onde estava, foi abordada, os criminosos confirmaram sua identidade como policial militar, e após raptarem, houve a execução.
Fonte: R7