Paulo Autuori ensaiava desistir de seguir carreira de treinador depois que deixou o cargo no Athlético-PR em 2017. Queria continuar no futebol em outras funções. Mas acabou demovido por um convite do Botafogo para ser técnico do time que levou ao título do Brasileiro de 1995. Nesse aniversário de 25 anos daquela conquista, muita coisa mudou e Autuori sabe que o clube, hoje, não tem a mesma força de outrora.
A começar pela questão financeira. Atualmente, o Botafogo é o clube brasileiro com a maior dívida – cerca de R$ 1 bilhão. Em 1995, a estimativa da diretoria de então era de que o clube alvinegro devia no total menos de R$ 1 milhão – para ser mais preciso, algo em torno de R$ 500 mil.
A partir da gestão de Carlos Augusto Montenegro, o presidente em 1995, uma série de problemas se acumularam, com contas e salários atrasados, multiplicação de ações trabalhistas contra o clube e aplicações fracassadas e mal explicadas.
Além disso, o Botafogo contava naquele ano com jogadores de ponta, como o atacante Túlio, o zagueiro Gonçalves, o goleiro Wagner e o meia Sergio Manoel. Eles foram fundamentais na campanha do título mais importante da história do clube.
Hoje, a aposta no meia Honda, contratado recentemente e recebido no Rio com muita festa, parece ainda muito pouco. Paulo Autuori sabe das limitações da equipe e mesmo assim aceitou o desafio.
Para ele, há sim a possibilidade de o time voltar a lutar por uma vaga na Libertadores pela classificação no Brasileiro – para tanto, teria de ficar entre os seis primeiros. Além disso, quer fazer a torcida sonhar com o ineditismo de um título da Copa do Brasil ou da Copa Sul-Americana – algo que não é impossível, embora muito improvável.
O próprio Honda, aos 33 anos, o novo xodó do Botafogo, já não tem o desempenho de anos atrás. No mais, a defesa do time é fraca e, do meio para a frente há carência de pelo menos mais dois jogadores. Não há no radar do clube nenhuma perspectiva de conseguir outros reforços que possam fazer a diferença na temporada.
Fonte: Lance