Último lote de vacina da Coronavac deve ser entregue nesta sexta ao governo federal e não há mais insumos para a produção no País
Em entrevista à Rádio Eldorado, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que a China deve responder até esta sexta-feira, 14, se enviará a matéria-prima contratada para permitir a retomada da produção da Coronavac no Brasil. Na quarta-feira, 12, o governo paulista se reuniu com autoridades chinesas para alinhar o cronograma. A logística de entrega do IFA está paralisada desde abril, após novos ataques do governo Bolsonaro ao país.
O presidente do Butantan afirmou que o último lote de vacinas será entregue nesta sexta-feira: “São insumos que já deveriam estar aqui em solo brasileiro, por que nesse momento não temos matéria-prima para continuar a produção”.
“Nesse momento, não temos autorização do governo da China para importar as vacinas da China. Estamos com intensas negociações com a embaixada aqui no Brasil e com o governo da China através da embaixada brasileira em Pequim.”
Segundo Dimas Covas, os papéis que autorizam a importação ainda não foram assinados, mas “o embaixador chinês prometeu resposta ao governador Dória ainda nessa semana”.
Lote
Na quarta-feira, 12, o Instituto Butantan entregou mais um milhão de doses da coronavac, vacina contra a covid-19, ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Com isso, a primeira etapa do contrato entre o governo de São Paulo e o governo federal está concluída. Ao todo, foram entregues 46,1 milhões de doses da vacina desde janeiro.
Outro contrato prevê a entrega de 54 milhões de doses à campanha nacional de imunização até o final de setembro. Para fabricá-las, o Butantan depende da chegada de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) produzido na China. O governador João Doria falou que o estoque de insumos deve acabar nesta sexta-feira, 14, e não há previsão para a chegada de uma nova remessa.
Segundo Doria, 10 mil litros de IFA, suficientes para produzir 18 milhões de doses de coronavac, estão aguardando liberação do governo chinês para serem enviados ao Brasil. O que impede o envio, disse, são “entraves diplomáticos” causados pelo presidente Jair Bolsonaro e sua equipe. Nas últimas semanas, o governo federal fez uma série de críticas à China e às vacinas feitas no país.
Ontem, o governador informou sobre a reunião do diretor do Butantan, Dimas Covas, com o embaixador do Brasil em Pequim para tratar do assunto. Doria também disse que o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, e o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, ajudariam nas negociações.
Se o resultado do encontro for positivo, a expectativa é que a carga chegue em São Paulo nos próximos dias. Senão, a produção da Coronavac será paralisada por falta de insumos e a entrega das doses ao governo federal poderá sofrer atrasos. A última remessa de IFA chegou no País há 17 dias.
Fonte: Tribuna online