O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, foi um dos debatedores do evento realizado pelo Observatório da Democracia na tarde deste sábado (16), por meio de videoconferência. O debate abordou o enfrentamento à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), a crise econômica e o pacto federativo. Também participaram os governadores Rui Costa (Bahia), Flavio Dino (Maranhão) e Hélder Barbalho (Pará).
Na fala de abertura do encontro virtual, Casagrande destacou o atual momento do Espírito Santo e a falta de uma coordenação nacional no combate à pandemia:
“Nenhum de nós imaginou passar pelo que estamos passando. É uma crise que precisamos enfrentar dia após dia. Temos que refazer todo o nosso planejamento. O Espírito Santo vai perder R$ 3,4 bilhões de receita este ano. Analisando como os líderes do mundo estão enfrentando essa pandemia. Vemos que os Estados Unidos têm um presidente que segue a mesma linha do atual presidente do Brasil e os dois países vem sofrendo com um elevado número de mortos”, comparou.
O governador capixaba prosseguiu: “Não temos uma coordenação nacional e isso dificulta muito. A saída do ministro [Nelson Teich, da Saúde], com menos de um mês no cargo, mostra isso claramente. Se não bastasse os problemas que enfrentamos, ainda existe o enfrentamento do presidente em todos os assuntos, em especial com os governadores. Jamais imaginei que ele faria um enfrentamento à vida”, disse.
Casagrande citou a necessidade de o Governo Federal coordenar as ações de resposta às consequências da pandemia. “Estamos em uma Federação desequilibrada. Mais de 60% dos recursos ficam com a União. Quem tem poder para enfrentar essa crise mundial são os governos centrais e isso é o que todos os líderes estadistas estão fazendo. Aqui, temos algumas atitudes, mas de forma descoordenada. Quem tem poder de imprimir moeda é o governo central. Tudo o que pudermos fazer vamos fazer, mas temos uma limitação”, disse.
Durante o debate, o governador Casagrande também falou sobre a preparação da rede de saúde pelo Governo do Espírito Santo para atender os pacientes com a Covid-19, além das ações de enfrentamento à pandemia.
“Estamos enfrentando uma pandemia de longo prazo até chegar uma vacina. Abrimos 408 leitos de UTI exclusivos para a Covid. Estamos desde o final de janeiro nos preparando. A dificuldade do isolamento social é enorme. A crise da saúde ainda não atingiu o Espírito Santo, mas falo que esta não depende apenas do Governo, mas de todos. Muitos defendem o fechamento do comércio, mas vão à praia ou para casa dos amigos. Não podemos terceirizar as ações e precisamos começar falando que cada um precisa fazer sua parte, seu esforço. Leito de UTI salva vidas, mas não todas. O que salva vidas é o isolamento social”, repetiu.
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Giovani Pagotto