A Justiça Federal concedeu uma liminar que obriga o governo a mudar a forma de divulgação dos números de leitos para pacientes com coronavírus
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), disse que “repudia veementemente” o termo utilizado pelo Ministério Público Federal (MPF) para se referir à divulgação da ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 no estado. Em resposta ao órgão, Casagrande disse que “não tem nada de ‘enganoso’ nos dados”.
A reação do governador aconteceu durante uma coletiva de imprensa, na tarde desta quarta-feira (10), após a Justiça Federal conceder uma liminar que obriga o governo a mudar a forma de divulgação dos números de leitos para pacientes com coronavírus. O pedido foi feito pelo MPF dentro de uma ação civil pública, em que chamou os dados de enganosos.
“O MPF usou a palavra ‘enganosa’ e não tem nada de enganoso. Estamos publicando todos os dados que temos. Repudio veementemente a palavra que o MPF utilizou. Nós estamos explicando e colocando que não tem nenhum leito nosso que não seja efetivo. Todos os nossos leitos são efetivos, estamos abrindo mais leitos, estamos dando todas as explicações para a Justiça Federal. Não tem dúvida nenhuma, os dados estão explícitos e claros no Portal Covid. A PGE tomará as medidas necessárias para que a gente possa questionar a esclarecer isso”, disse Casagrande.
De acordo com o MPF, essas informações estão incorretas e pautando estratégias de saúde pública igualmente equivocadas, já que a taxa de ocupação de leitos é um dos índices usados pelo governo na Matriz de Risco, que determina medidas a serem adotadas nos municípios contra o coronavírus.
Nesta quarta-feira (10), a Justiça determinou que a forma de divulgação dos dados seja alterada.
O prazo dado pela Justiça para cumprimento da decisão é de 48 horas, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.
Fonte: G1 ES