Com o novo decreto, os shoppings e comércios podem abrir nas quartas, quintas e sextas-feiras. Porém, com a redução do transporte público a 50%, os empregadores deverão custear o translado dos funcionários para os estabelecimentos

Shoppings centers e comércios de rua poderão abrir três vezes por semana: quarta, quinta e sexta-feira. Lojas de rua funcionarão das 10h às 18h. Já os shoppings, das 10h às 20h. A decisão foi anunciada na noite de sexta-feira (2), pelo governador Renato Casagrande ao apresentar o 49º Mapa de Risco em coletiva de imprensa. 

Essas categorias estavam trabalhando em formato de delivery desde o dia 18 de março, quando também em pronunciamento, o governo do Estado estabeleceu que funcionassem apenas sob o regime de vendas online. Entregas por meio de delivery, drive thru e take away – modalidade em que o cliente retira na loja o pedido – também estava proibida. 

Diante desse novo decreto, que tem previsão de ser publicado neste sábado (03), os comerciantes e lojistas terão que se adaptar, mais uma vez, para conseguir atender ao público e evitar prejuízos econômicos. Uma das primeiras medidas será em relação ao translado, já que apenas 50% da rota do transporte intermunicipal, ou seja, na Grande Vitória, o sistema Transcol, está permitido circular – ônibus municipais seguem vetados.

O presidente da Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri, disse que a expectativa dos comerciantes era pela abertura total nesta segunda-feira (05), conforme estabelecido no decreto do dia 16 de março, e segundo ele, a Fecomércio foi avisada minutos antes do pronunciamento desta sexta (02), sobre as novas determinações. 

“Há um descontentamento geral. Depois de 18 dias fechados, recebemos a notícia de forma estarrecedora. Estávamos confiantes que voltaríamos segunda (05)”. 

Ainda de acordo com ele, após o primeiro decreto, a Fecomércio se reuniu com outros setores e ficou decidido que agendariam uma reunião com o governo para viabilizar o diálogo, mas que não foi possível. 

Sobre a falta de transporte, ele pontuou que traz dois transtornos: o primeiro é que muitos clientes usam ônibus para ir às lojas e não poderão fazer isso, dessa forma, acredita que o movimento será pequeno, mesmo que se concentre em três dias. 

“A segunda dor de cabeça é que temos comércios com cinco funcionários e outros com 5 mil. Como a empresa vai se organizar para levá-los?”. 

Lino esclareceu que cada empregador será responsável pelo translado e que nenhum valor será descontado ou cobrado do trabalhador. 

Por fim, ele ressaltou que os lojistas estão fazendo sua parte e colaborando com o governo, porém, a Federação segue sendo questionada por eles. Ele chamou a atenção para que a população entenda o momento e siga as medidas de distanciamento e cuidados com a higiene, aspecto que os comerciantes têm cumprido desde o início, assegurou José Lino. 

Faturamento

Sobre como a abertura nos três dias irá impactar a economia, José Lino disse ser cedo para estabelecer, mas em relação as duas últimas semanas, explicou que em tempos normais, o Espírito Santo tem um faturamento de R$ 25 a R$ 30 milhões por dia, e que nas últimas semanas, a impressão que ficou, a partir da experiência da Fecomércio, é que não atingiu nem 60% do faturamento diário. 

Fecormércio enviou expediente ao governador

Em entrevista ao Jornal Folha Vitória, o presidente da Fecomércio, José Lino Sepulcri, contou que enviou, neste sábado (03), um expediente ao governador Renato Casagrande solicitando a postergação da cobrança do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, o ICMS. 

Confira um trecho do pedido: 

“Diante desta realidade, esta Federação, esperando mais uma vez contar com vossa habitual atenção, pede para que da mesma forma, prorrogue também o ICMS das empresas que apuram este imposto pelo regime ordinário de apuração, ou seja, “Débito e Crédito”’. 

O Folha Vitória aguarda um posicionamento do Governo do ES sobre o expediente enviado. Assim que o tiver, a matéria será atualizada. 

O diz a Abrasce-E

Em nota, a Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce-ES) disse que aguarda a publicação do decreto estadual para esclarecer as medidas que serão adotadas. 

Confira a nota na íntegra: 

O coordenador estadual da Abrasce e diretor do Shopping Vitória, Raphael Brotto, acompanhou o anúncio do Governador Renato Casagrande sobre o funcionamento dos shoppings nos municípios de Risco Extremo para Covid-19 no Estado, e aguarda a publicação do decreto para estudar como será o funcionamento por três dias na semana, tanto para operações comerciais quanto para as operações de alimentação dos shoppings na Grande Vitória. Também aguarda definição sobre as outras modalidades de venda do setor como delivery, take- away e drive-thru. 

Fonte: R7