O delegado Felipe Vivas disse que, por cauda do estado de decomposição do corpo, vai ser preciso fazer exame de DNA para comprovar se é o quarto suspeito envolvido no sequestro da vereadora Lari Bortolote Marcon

O corpo de um homem encontrado após uma enchente em uma vegetação nas margens de um córrego na manhã do último domingo (29), no bairro Jardim Itapemirim, em Cachoeiro de Itapemirim, pode ser de mais um suspeito envolvido no sequestro da vereadora Lari Bortolote Marcon (Republicanos). Ela foi sequestrada no dia 22 de agosto do ano passado, em Rio Novo do Sul, no Sul do Estado.

Para o repórter Thomaz Albano, da TV Gazeta Sul, o delegado Felipe Vivas informou que, ao todo, quatro pessoas estariam envolvidas no crime. Um homem de 28 anos, que está preso; um jovem de 17 anos, que está internado em um centro de detenção para menores infratores; e nesta quarta-feira (1º) foi preso um homem de 38 anos.

O quarto envolvido, segundo o delegado, pode estar morto. “Uma vez que no dia 29 (de janeiro) foi encontrado um cadáver de um indivíduo ainda não identificado, legalmente identificado, apesar de a família ter reconhecido como sendo ele. No entanto, em razão do estado de decomposição, não foi possível identificar cabalmente. Então será necessário fazer o exame de DNA, para comprovar se é mesmo esse quarto indivíduo que estaria envolvido no sequestro da vereadora de Rio Novo do Sul”, explicou.

A vereadora Lari Bortolote Marcon (Republicanos) foi sequestrada no dia 22 de agosto de 2022. 

Prisão desta quarta-feira (1º)

Nesta manhã, a Polícia Civil (PC) prendeu um homem identificado como Fabiano Ramos Alfaiate, de 38 anos, suspeito de ser um dos autores de sequestrar a primeira vereadora trans eleita do Estado.

Segundo o delegado Raphael Ramos, policiais disfarçados foram até uma localidade rural de Guarapari, procurar o homem. “Não houve resistência nem troca de tiros”, declarou.

Por meio de um vídeo divulgado pela PC, é possível ver os policiais chegando, disfarçados, à propriedade rural que fica na localidade de Taquara do Reino, em Guarapari.

O mandado de prisão preventiva de Fabiano Ramos Alfaiate foi expedido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no dia 18 de janeiro deste ano. O delegado Felipe Vivas tinha quatro mandados de prisão em aberto, sendo eles por homicídio, tentativa de homicídio, tráfico de drogas e pelo sequestro da vereadora.

A Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira (1º), em Guarapari, o suspeito de praticar o sequestro. (Divulgação \ PC)

Motivo do crime

Ainda de acordo com Vivas, o sequestro da vereadora foi realizado por que os homens estavam em busca de dinheiro para sustentar o tráfico de drogas em Cachoeiro de Itapemirim. “Eles pretendiam tomar diversos pontos do bairro Zumbi. E precisavam angariar recursos pra isso. Esse sequestro era justamente pra isso”, disse.

Os sequestradores, segundo a PC, são parte de uma quadrilha do tráfico de drogas que atua em Cachoeiro com ramificação em Rio Novo do Sul, localidade onde queriam firmar os “negócios”. Desse modo, o dinheiro do resgate seria usado para aplicar na organização criminosa e expandir a venda de entorpecentes.

Relembre o sequestro

Segundo a Polícia Militar (PM), familiares da vereadora Lari Bortolote Marcon contaram que estavam em uma propriedade rural, quando dois homens armados chegaram em um carro, ameaçando a todos, no dia 22 de agosto de 2022. A vítima foi levada pela dupla, que teria dito que não faria mal a ela.

Mais tarde, por volta das 22h46, o governador Renato Casagrande (PSB) informou que ela foi resgatada por policiais civis. A PM explicou que, horas depois do sequestro, criminosos teriam entrado em contato com um irmão da vítima por telefone, pedindo R$ 250 mil de resgate.

No dia seguinte, o então secretário estadual de Segurança Pública, Marcio Celante, informou que a Delegacia Antissequestro e a Superintendência de Policiamento da Região Sul conseguiram localizar o cativeiro para onde a vereadora havia sido levada na região de Ubu, em Anchieta.

Fonte: Folha Vitória