O corpo do aposentado Gil Correia, 83 anos, foi encontrado na tarde deste domingo, 03, em avançado de decomposição em sua residência, na Avenida Beira Rio, 167, bairro Acaiaca, Piúma.

Seu Gil Correia foi proprietário da antiga Malharia Rivage, que funcionou uma de suas lojas, no prédio do Antigo Cine Plaza, em Cachoeiro de Itapemirim, na cabeceira da Ponte Municipal na famosa Rua Moreira. Ele também já teve loja em Marataízes, mas estava morando em Piúma sozinho e quem pagava o aluguel para ele era um sobrinho.

De acordo com o proprietário do imóvel, Herval Carlos, o Neneco, onde o aposentado estava residindo há cinco anos, na sexta-feira, 01 seu Gil teria saído de casa e bebido um pouco.

No sábado, 01, o aposentado foi visto chegando em casa aparentando estar passando mal, mas se recusou ajuda, ele sofria com uma enorme hérnia inguinal e se recusava fazer tratamento.

Na manhã deste domingo, seu Gil não foi visto e um mau cheiro o levou a desconfiar que algo poderia ter acontecido com o inquilino dele. Ele acionou a Polícia Militar (PM) que adentrou a casa e encontrou o corpo em ensanguentado em cima da cama, havia muito sangue na região da cabeça dando a entender que o aposentado poderia ter sofrido de um aneurisma e na região da hérnia, que parecia ter estourado.

O proprietário do imóvel disse que todos os dias via o seu Gil andando no quintal do prédio onde morava e achou estranho não ter visto neste domingo. O corpo já estava bem inchado e ensanguentado.

Neneco disse que seu Gil não queria se tratar, não gostava de ir a médico e nem de tomar remédios, comentou ainda que os filhos nunca iam ver o pai e que o aposentado vivia sozinho e, era muito impertinente, de vez em quando gostava de pregar uma peça, fingir que estava passando mal para ganhar atenção.

Após a PM acionar o Serviço Médico Legal – SML, o rabecão chegou, recolheu o cadáver e o conduziu a necrospsia em Cachoeiro de Itapemirim.

Espreita

Maria da Penha Gomes dos Santos, 62 anos, residente no mesmo bairro avistou uma movimentação no entorno da residência por volta das 13 horas. Ela disse que ficou curiosa, havia parado uma moto, depois uma viatura da PM entrou de ré no quintal do prédio e depois um carro de uma funerária. Ela estranhou a cena e ficou a espreita até a chegada do rabecão da Perícia da Polícia Civil, momento que ligou para o jornal.

“Eram 13 horas quando eu vi os policiais lá, passado meia hora eu sentei próximo, na esquina de um bar e fui ver o que estava acontecendo. Tem alguma coisa errada, quando vi o carro da funerária encostado no portão, eu perguntei se estava acontecendo algo e ele disse que nada tinha ocorrido, eu perguntei: por que não? Voltei ao bar e falei com a Rose que eu ia sentar lá, porque eu tinha certeza de estava acontecendo alguma coisa no prédio, onde ele morava, ou, alguém estava escondendo alguma coisa. Realmente, tinham dois policiais militares e um corpo em decomposição. Eu voltei, olhei, os policiais olharam e não falavam nada e um corpo lá dentro. Sentei do lado de fora e fiquei esperando, eu tinha certeza, se a funerária saísse viria o IML. Não deu outra coisa: o carro do IML chegou. Eu vi um corpo saindo em decomposição. Estavam dois policiais lá dentro”, contou Penha.

Penha disse que há muito tempo o aposentado caiu e quebrou o fêmur e foi ela quem cuidou dele. “Ele é o ex-dono da Rivage. Há uns dias atrás ele havia me chamado para cuidar dele, porque ele tinha uma hérnia que precisava colocar uma tela, só que ele não foi a cirurgia. Eu perguntei qual foi a causa da morte e o PM disse que a perícia estava levando o corpo para o IML só depois da necropsia poderia falar do caso”, comentou Penha enfermeira.

Fonte: Portal Maratimba