Um rapaz, de 20 anos, teve parte do intestino removido durante um lual com a namorada. O ocorrido ainda está é investigado e tem levantado diversas especulações nas redes sociais

O advogado que representa os jovens feridos durante um lual na praia do Ermitão, em Guarapari, confirmou ao que o casal experimentou um tipo de droga no dia do crime. Segundo Lécio Machado, o casal não tinha usado entorpecentes antes.

“Eles experimentaram uma droga, não posso dizer qual é. Nenhum dos dois tinham experiência com drogas. Eles também ingeriram bebida alcoólica, beberam vinho”, disse. 

O caso aconteceu em 16 de janeiro, mas ganhou repercussão neste domingo (30). Ainda há muitas informações que precisam ser esclarecidas pela polícia. O que se sabe até o momento é que um rapaz, de 20 anos, teve o intestino retirado durante a madrugada.

Nas redes sociais, várias versões para o ocorrido foram especuladas neste fim de semana. Entre elas, uma em que afirmava que a namorada do rapaz, que supostamente seria uma estudante de medicina, teria retirado o intestino dele após os dois usarem drogas. A versão, no entanto, não foi confirmada pela polícia. 

O advogado que representa as famílias dos jovens afirmou que a garota não é estudante de medicina e que, nenhum dos dois, tem qualquer tipo de ligação com a área.

“Diferente do que circula, eles não são da área da medicina. Ele é da área da tecnologia e ela terminou o ensino médio e está cursando pré-vestibular. É importante destacar que ela também foi vitima, também foi machucada”, frisou.

Segundo Machado, a jovem teve ferimentos na cabeça, cortes na perna onde precisou levar pontos e hematomas pelo braço. Ela ficou internada em um hospital de Anchieta, no Sul do Espírito Santo, para onde foi socorrida pela família.

Famílias destacam que casal foi vítima e pede punição para responsáveis

Durante a tarde desta segunda-feira (31), as famílias das vítimas divulgaram uma carta, assinada pelo advogado, em que afirmam que o casal foi “vítima de terceiros ainda não identificados”. Os pais do rapaz e da jovem pedem punição aos envolvidos no crime. 

“Confiamos nas investigações promovidas pela 5ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Guarapari e esperamos que os responsáveis pelo crime sejam encontrados e punidos”.

Ainda segundo a carta, os dois jovens estão se recuperando física e psicologicamente do ocorrido e, por isso, a família preferiu manter, por enquanto, o sigilo sobre o caso.

“Compreensivelmente, as famílias dos jovens, em comum acordo, preferiram manter, até o momento, os fatos sob sigilo, com o único objetivo de preservar a identidade das vítimas e garantir a elas um ambiente adequado para a necessária recomposição emocional e física, dado que inegavelmente sofreram demasiada violência física e psicológica ao serem vítimas do crime, agora tornado público”, destacou o advogado na carta.

nesta segunda-feira, com a mãe do rapaz. Ela contou que, durante o ocorrido, o celular do filho foi levado.

Segundo o advogado, além do celular, dinheiro da namorada do rapaz também sumiu no dia do crime. Outros pertences das vítimas ficaram espalhados pela areia da praia.

“Levaram o celular, um Iphone, R$ 80 em dinheiro, os cartões de crédito. Algumas coisas deles ficaram espalhadas na areia da praia”, disse.

Câmeras de segurança vão ajudar nas investigações

Informaram que o delegado responsável pela investigação já está com as imagens das câmeras de segurança da entrada da reserva ambiental, onde fica a praia do Ermitão, em Guarapari. 

A informação também foi confirmada pelo advogado da família. Segundo Machado, nas imagens é possível ver o casal chegando ao local. Outras pessoas também aparecem nas filmagens, no entanto, de acordo com Machado, nenhuma delas foi reconhecida pelas vítimas. 

O advogado destacou que a investigação do caso ainda está no início. Como as vítimas tiveram diversos ferimentos e ficaram em um estado delicado de saúde, ainda estão sendo ouvidos pelos investigadores. 

A jovem já prestou depoimento e o rapaz deve depor assim que tiver alta médica, o que está previsto para ocorrer nos próximos dias.

“As investigações estão iniciando. Eles estavam hospitalizados e ainda serão ouvidos pela polícia. Ela já prestou depoimento, ele ainda irá depor. No momento nenhum dos dois lembra o que aconteceu. Eles foram para a praia fazer um lual, foram para praia dentro do parque, mas não sabem quem agrediu”, explicou o advogado.

O que diz a polícia sobre o caso? 

A Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa de Guarapari e que, até o momento, não há como afirmar que a namorada da vítima esteja envolvida no caso, como especulam algumas pessoas nas redes sociais. 

Ainda de acordo com a Polícia Civil, nenhum suspeito foi detido e detalhes da investigação não serão divulgados, por enquanto.

Durante a manhã desta segunda-feira, a equipe de reportagem da Rede Vitória conversou com o comandante do 10º Batalhão, tenente-coronel Emerson Caus, para saber mais detalhes sobre o caso.

Segundo ele, a Polícia Militar recebeu uma denúncia anônima de que um casal estaria na praia, na madrugada do dia 15 para 16 de janeiro, e um deles teria sido lesionado. Há suspeitas de que os dois tenham usado drogas, o que ainda não foi confirmado.

Diante das informações, militares foram até a praia, mas só encontraram uma mochila no chão, com alguns pertences pessoais, além de garrafas quebradas e um material, que seria parte dos órgãos da vítima.

“A mochila foi recolhida e entregue na Delegacia Regional de Guarapari. Continuamos no preventivo para tentar alguma informação nova e às 7h30 chegou a informação de que o Samu havia socorrido o rapaz com um corte na região abdominal”, explicou o tenente-coronel.

Investigações vão esclarecer se corte foi um acidente

Caus afirmou ainda que o corte parece ter sido provocado por um caco de vidro, mas ainda não é possível afirmar se foi intencional ou não. Segundo ele, somente as investigações poderão confirmar o que aconteceu de fato.

“Só a investigação vai esclarecer melhor, se eles estariam namorando e em um determinado, por descuido ou acidente, a pessoa acabou se cortando. Parece ser um caco de vidro. Somente a vítima, a pessoa que estava acompanhando ele e a perícia, poderão esclarecer melhor. No momento está estranho, mas no decorrer da investigação será esclarecido”, disse o tenente-coronel.

Após ser atendido pelo Samu, o rapaz foi encaminhado para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência de Vitória. Posteriormente, ele foi transferido para um hospital particular, onde permanece internado.

Fonte: Folha Vitória