Média móvel no País vem acelerando desde fevereiro e, de lá para cá, taxa de óbitos por milhão de habitantes mais do que dobrou

No momento mais crítico da pandemia, conforme análise de infectologistas, a curva de mortes do Brasil é quase quatro vezes mais acelerada do que a dos Estados Unidos, país onde mais óbitos foram registrados em decorrência de covid-19 no mundo.

Desde o dia 21 de fevereiro, a média móvel de mortes semanais não para de crescer no país da América do Sul. Naquela data, o Brasil contabilizava uma taxa de 4,88 óbitos por milhão de habitantes. Nesta sexta-feira (26), o índice havia chegado aos 11,29, ou seja, um crescimento de 131,3% na taxa de mortalidade.,

Em relação aos Estados Unidos, em 21 de fevereiro, a taxa de morte por covid-19 era de 5,70 por milhão de habitantes. Nesta sexta, o índice havia caído para 3.

REPRODUÇÃO/OUR WORLD IN DATA

Os números são do site Our World in Data, plataforma que reúne informações sobre a pandemia em todo o mundo. Os dados são coletados e organizados por pesquisadores da Universidade de Oxford, do Reino Unido.

Cabe ressaltar que o país da América do Norte havia aplicado, até este sábado (27), às 19h, 40,87 doses de vacinas para cada 100 habitantes, enquanto o brasil, 8,81. Ou seja, uma diferença, de mais de quatro vezes na análise proporcional dos dados.

Em números absolutos, os EUA injetaram 133,31 milhões de imunizantes nos braços de seus cidadãos. Já o Brasil, havia aplicado 16,56 milhões de seringas, oito vezes menos comparado ao aos norte-americanos.

Líder na aceleração dos óbitos

O Brasil não está na frente apenas dos EUA quando se analisa taxa de mortalidade por covid-10. O País da América do Sul tem a maior curva acelerada de mortes entre as nações com mais óbitos.

A taxa de 11,29 mortes para cada milhão de habitantes é bem superior à dos seis países onde a covid-19 fez vítimas fatais.

O México, por exemplo, onde mais de 200 mil pessoas perderam a vida pela doença, tinha, até sexta-feira (26), índice de 4,04. Para comparar com o Brasil, em 21 de fevereiro, quando a taxa começou a subir aqui e não parou mais, o índice lá era de 6,54 óbitos a cada 100 habitantes. Portanto, no México a curva de mortes semanais perdeu ritmo.

Ranking do número absoluto de mortes

Estados Unidos – 548.087
Brasil – 307.112
México – 200.211
Índia – 161.240
Reino Unido – 126.755
Itália – 107.256

Média móvel de mortes semanais (por milhão de habitantes)*

Brasil – 11,29
Itália – 7,12
México – 4,04
EUA – 3
Reino Unido – 1,03
Índia – 0,17
*Em 26/03/2021

Média móvel de mortes semanais (por milhão de habitantes)**

Reino Unido – 7,20
México – 6,54
Estados Unidos – 5,70
Itália – 5,06
Brasil – 4,88
Índia – 0,07
**Em 21/02/2021

Vacinação

Especialistas são unânimes em dizer que, para além das medidas de isolamento social e cuidados básicos como o uso de máscara e higienização das mãos, a aceleração da vacinação é fundamental para que o Brasil pare de bater recordes de mortes diárias por coronavírus.

Na tarde desta sexta-feira (26), o governo federal anunciou que três vacinas criadas no Brasil entrarão na fase de testes clínicos nos próximos dias. Ao lado do novo titular da pasta da Saúde, Marcelo Queiroga, o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, defendeu que a criação de imunizantes nacionais é uma questão de soberania e preparo para outras pandemias futuras.

O anúncio ocorreu horas depois de o governo do Estado de São Paulo revelar que Instituto Butantan desenvolveu uma nova fórmula de vacina contra a covid-19.

No último dia 19, foram assinados os contratos para a aquisição de 138 milhões de doses, 100 milhões da vacina da Pfizer, a primeira no país a receber o registro definitivo concedido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e 38 milhões do imunizante da Johnson.

Escalada de mortes

O Brasil registrou, neste sábado (27), 3.438 mortes por covid-19 em 24 horas, segundo dados enviados pelos Estados ao Ministério da Saúde. O número de novos casos diagnosticados foi de 85.948.

Com o balanço de ontem (27), o país totaliza 310.550 mortes e 12.490.362 pessoas diagnosticadas com a doença.

O quantitativo de sábado foi um pouco menor comparado ao do dia anterior (26), quando o País havia anotado mais um recorde diário de óbitos pela doença: 3.650.

Fonte: R7