Tenente-coronel Flávio Godinho dá orientações para prevenir que uma tragédia se repita no temporal que está previsto para o dia 24

A população está bastante apreensiva com o que pode ser a pior chuva do ano, prevista pelos meteorologistas para a próxima sexta-feira, 24 de janeiro. Principalmente considerando os estragos já causados pela chuva do último domingo (19), quando várias pessoas ficaram desalojadas e houve muitas enchentes e alagamentos na região metropolitana.

Com isso em mente, a reportagem de O TEMPO e da rádio SUPER NOTÍCIA 91,7 FM entrevistou, na manhã desta quarta-feira (22), o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador-adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, para saber quais as medidas de prevenção que estão sendo adotadas para evitar uma nova tragédia. Ele fez um apelo para que a população contribua no trabalho de prevenção.

FLÁVIO GODINHO – Realmente já é sabido que, na sexta-feira (24), poderemos ter uma chuva muito grande, uma precipitação fora da normalidade. Já que sabemos que isso pode acontecer, as pessoas podem ajudar os órgãos públicos a evitar qualquer tipo de tragédia. Se eu já sei que a Tereza Cristina é um local de alagamento, não vou deslocar naquele local. Sexta-feira geralmente o fluxo de carro é muito maior, então na sexta, as pessoas que tiverem algum compromisso que puderem desmarcar – por exemplo, se tem médico próximo à região da Tereza Cristina, desmarca, marca pra outro dia. Fazer limpeza de calha dentro de casa, limpeza de bueiro pelos órgãos públicos, são medidas para evitar que aconteçam as cenas que estamos vendo nos últimos dias. Na Tereza Cristina, Vila Barraginha, Vila Sapolândia. São medidas preventivas para evitar um desastre. O correto são medidas estruturais, que estão sendo feitas pela prefeitura de BH e pela de Contagem. Obras estruturais para que se possa receber essa quantidade de água. Mas, enquanto essas obras não saem, as medidas de prevenção são as melhores ações que o poder público e as pessoas em conjunto podem fazer.

O termo “chuva de mil anos”, usado pelas autoridades para se referir à chuva do último domingo, assustou muito. Qual o papel da Defesa Civil junto aos institutos de meteorologia?

O sistema de Defesa Civil tem vários órgãos que participam desse conjunto. Temos o Inmet, com que temos um contato direto, a própria Cemig, que apoia no período noturno, a Defesa Civil de BH tem trabalho de meteorologia. E esses alertas são muito importantes porque, a partir do momento que sei que numa determinada região vai cair uma quantidade grande de chuva, eu vou me prevenir, vou antecipar o horário para chegar em casa, vou ter medidas para que eu não seja surpreendido pela quantidade de chuva. 

Aproveito para indicar o serviço 40199. Esse trabalho de alerta é muito simples. A pessoa manda uma mensagem de texto pelo telefone para o número 40199 e no campo de texto vai colocar o número do CEP do lugar que ela quer monitorar. Com duas horas de antecedência nós vamos emitir um alerta para aquela pessoa saber que naquele local vai cair chuva.

Vamos reforçar o serviço de alerta para a população?

É o número 40199, uma mensagem de texto para esse número, e no campo de texto vai colocar o CEP da sua residência. Iremos estar atentos na quinta e na sexta-feira para emitir esses alertas. E pedimos à população: caso haja condições de mudar um compromisso, de ficar mais próximo à sua residência, para que não saia de casa, não aumente o numero de veículos nas vias, isso tudo são ações que vão ajudar as pessoas, a locomoção, o deslocamento. A prevenção salva vidas.