Técnico Odair Hellmann admite que Tricolor ainda não encontrou a identidade da equipe, apesar dos resultados positivos anteriores
Foi um jogo sonolento no Maracanã. Sob forte calor e com muitos erros, o Boavista venceu o Fluminense por 1 a 0, pela quinta rodada da Taça Guanabara. A primeira derrota do Tricolor em 2020 evidenciou um problema que já vinha aparecendo em partidas anteriores, mas ficou mais escancarado neste: a criação. Para além das decisões erradas com a bola, o time de Odair Hellmann mostrou, como o próprio treinador admitiu, que ainda tem um caminho a percorrer.
A criação e construção foram o problema. O Boavista é
bem organizado, com as linhas médias e baixas, dando a posse. Tentamos
construir as situações, criar um jogo de intensidade e velocidade. Não
tivemos isso, fomos lentos nas ações e não criamos dificuldades para o
adversário. Tivemos volume e controle, mas não produzimos situações
claras. Quando fiz as substituições, acabamos tomando um gol no
contra-ataque. Não conseguimos produzir para virar. Não gostaríamos da
derrota, não gostamos, não achamos normal. mas sabemos que dentro de um
processo de construção da equipe, oscilações e adversidades acontecem –
disse Odair após a partida.
O Flu errou muitos passes no Maracanã e
isso ajuda a explicar a dificuldade para a construção de jogadas. Para
além da boa marcação do Boavista, desatenção e equívocos bobos marcaram a
partida. Para se ter ideia, foram 50 passes errados de acordo com o
“Footstats”. Nos últimos jogos, exceto pelo clássico contra o Flamengo
que não teve estatísticas divulgadas, a média era de 31. Nas
finalizações, desempenho também abaixo. Foram três certas (média
anterior de 5,3) e oito erradas (antes eram 6,6).
No intervalo, em entrevista à algumas rádios, o próprio volante Hudson admitiu o ritmo mais lento e a falta de intensidade. Ele, inclusive, foi um dos que mais tentou criar ao lado do jovem Miguel, que é uma tentativa de desafogo do time. Voltando a atuar com um centroavante, diferente do que aconteceu no Fla-Flu, o Tricolor criou apenas duas oportunidades claras no primeiro tempo.
Esse cenário só melhorou com a entrada de Nenê, que colocou um gás a mais no resto dos jogadores e foi responsável por duas boas oportunidades, além de auxiliar na criação de mais duas. Mesmo assim, a dificuldade era evidente.
Fonte: Lance