Trata-se de uma combinação de dois anticorpos fabricados em laboratório; tratamento foi utilizado no caso do presidente dos EUA, Donald Trump
Diante do avanço descontrolado da epidemia de covid-19, que infectou 12 milhões de pessoas em seu território, os Estados Unidos autorizaram o uso do tratamento da empresa Regeneron, já utilizado pelo presidente Donald Trump.
Os Estados Unidos é o país com mais mortes no mundo pelo coronavírus, com 255.800 óbitos. A epidemia está fora de controle e o número de novos casos diários disparou (quase 164 mil apenas no sábado) e já supera os 12 milhões de contágios, segundo a Universidade Johns Hopkins.
Diante desta situação, a Agência de Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) autorizou no sábado (21) o uso emergencial do coquetel de anticorpos sintéticos da empresa de biotecnologia Regeneron. Este tratamento foi utilizado por Trump, que o promoveu depois de recuperar-se da covid-19, em outubro.
De acordo com a FDA, o tratamento com REGEN-COV2, uma combinação de dois anticorpos fabricados em laboratório, reduz as hospitalizações e emergências de pacientes com covid-19 que tenham doenças secundárias ou comorbidades.
“Autorizar a terapia com anticorpos monoclonais pode ajudar os pacientes ambulatoriais a evitar internação e aliviar a carga do sistema de saúde”, afirmou Stephen Hahn, representante da FDA.
Terapia promissora
O presidente da Regeneron, Leonard Schleifer, acrescentou que esta decisão representa “um grande passo no combate à covid-19, já que os pacientes de alto risco nos Estados Unidos terão acesso a uma terapia promissora em uma etapa inicial de sua infecção”.
Os anticorpos imitam o que o sistema imunológico faz depois de contrair a covid-19 ao bloquear o espinho do vírus que lhe permite aderir e penetrar nas células humanas.
Este tratamento é mais eficaz durante a fase inicial do contágio, quando os anticorpos ainda têm a possibilidade de controlar o invasor, e não durante a segunda fase da covid-19, quando o risco já não é o vírus e sim a reação exagerada do sistema imunológico que ataca os pulmões e outros órgãos.
O tratamento da Regeneron é o segundo com anticorpos sintéticos que recebe a aprovação emergencial da FDA, depois que uma terapia semelhante desenvolvida pela Eli Lilly conseguiu esse status em 9 de novembro.
A empresa recebeu mais de US$ 450 milhões (cerca de R$ 2,4 bilhões) do governo dos Estados Unidos para o desenvolvimento do tratamento para combater a covid-19 dentro da operação “Warp Speed” (velocidade máxima), criada por Trump para imunizar a população norte-americana.
A Casa Branca também anunciou no final de outubro a compra de 300 mil doses do tratamento da Lilly por US$ 375 milhões (cerca de R$ 2 bilhões), a 1,25 dólares a dose (R$ 6,70).
A autorização concedida à Regeneron é a mais recente notícia esperançosa na luta contra o coronavírus, depois que os testes das vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna anunciaram eficácias próximas a 95%.
Fonte: R7