Diretor do Instituto de Bio-Manguinhos pontuou que houve problemas, mas que processo de fabricação já caminha bem
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) planeja entregar 5 milhões de doses de vacinas contra covid-19 por semana ao PNI (Programa Nacional de Imunizações), afirmou o diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), Mauricio Zuma, em um debate promovido pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) nesta quarta-feira (7).
Segundo ele, este quantitativo já será possível a partir da semana que vem.
“Conseguimos uma produção diária de cerca de 900 mil doses por dia. Mas essas doses demoram um pouco para chegar na ponta porque são pelo menos mais 20 dias para controle de qualidade, documentação…”
Zuma acrescentou que está mantida a programação inicial da Fiocruz de entregar 100,4 milhões de doses até o meio do ano.
Bio-Manguinhos opera com duas linhas de produção da vacina contra covid-19. Uma delas tem dois turnos. A segunda, apenas um.
“Para eu fazer os testes obrigatórios para comprovar que eu posso implantar o segundo turno, vou ter que parar a produção por uns três ou quatro dias. Neste momento, como há uma necessidade muito grande de vacina, a gente está evitando parar a produção. Estamos vendo quando será possível fazer essa paralisação para iniciar o segundo turno na segunda linha.”
Ele afirmou que não é possível envasar vacinas 24 horas por dia porque há necessidade de limpeza de ambientes e equipamentos, além de manutenções rotineiras.
“Estamos trabalhando na velocidade máxima que a gente pode.”
No começo de março, uma falha na máquina que coloca o lacre nos frascos fez com que a produção de vacinas ficasse parada por uma semana.
Até hoje, a Fiocruz já entregou 4 milhões de vacinas prontas adquiridas do Instituto Serum da Índia e outros 4 milhões produzidas no Brasil.
“Nesta semana, estaremos entregando mais cerca de 2 milhões de vacinas”, afirmou Zuma.
Para o segundo semestre, está previsto o processo de transferência de tecnologia. O diretor de Bio-Manguinhos disse ser possível já haver condições de fabricar o ingrediente farmacêutico ativo a partir de outubro, o que tornaria a vacina 100% nacional.
“Seria alguma coisa em torno de uns 15 milhões de doses por mês, inicialmente. Agora, estamos trabalhando com um plano B de tentar mais IFA para fazer processamento final, para que a gente consiga cumprir a nossa meta, que é de entregar 110 milhões de doses ainda no segundo semestre.”
Fonte: R7