Equipamentos hospitalares, como respiradores e incubadoras, eram consertados e revendidos por oficina de BH sem autorização para funcionar
Ao menos 100 aparelhos hospitalares usados que eram revendidos por uma oficina clandestina de Belo Horizonte, a preços abaixo do mercado, foram parar em cinco hospitais e clínicas do Rio de Janeiro e de São Paulo em meio à pandemia do novo coronavírus.
A informação foi confirmada pela Polícia Civil de Minas Gerais que interditou o local, que funcionava em uma casa no bairro Santa Amélia, na última quinta-feira (2).
Quatro pessoas foram presas na oficina e outras nove foram levadas à delegacia para prestar esclarecimentos. Todos eles vão responder pelo crime de adulteração e venda de produtos utilizados para fins medicinais e podem ser condenado a até 15 anos de prisão.
A polícia também apreendeu 300 aparelhos específicos para uso em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e enfermaria, entre eles respiradores mecânicos, que tem sido utilizados no tratamento de pacientes de covid-19 em estado grave, além de 1.000 peças e carcaças.
De acordo com as investigações, equipamentos que já estavam amarelados pelo uso eram pintados de branco e tinham o número de série raspados.
Segundo o delegado Rodrigo Damiano, que coordenou a operação, a Polícia Civil foi procurada pela empresa fabricante dos aparelhos, que é de `Pelotas, no Rio Grande do Sul.
– As pessoas começaram a entrar em contato com a fabricante pedindo auxílio para alguns aparelhos que haviam quebrado, mas eles não tinham a rastreabilidade desses aparelhos. Nos registros da empresa, esses equipamentos não poderiam estar naqueles locais.
Conforme documentos encontrados pelos policiais dentro da oficina clandestina, alguns pedidos e orçamentos chegava a R$ 100 mil. Segundo o delegado, caso a unidade de saúde fosse adquirir esses aparelhos no mercado formal, o preço seria de, ao menos R$ 500 mil.
Fonte: R7