Mesmo com atividades presenciais suspensas, um bispo, cinco sacerdotes e duas freiras que atuavam em paróquias de todo o País morreram com a covid-19
Depois
de quase dois meses de celebrações sem povo, por causa da covid-19, a
Igreja Católica começa a retomar as missas com a presença de fiéis. Uma
decisão do arcebispo de Goiânia, d. Washington Cruz, que só foi
divulgada na segunda-feira, permitiu que as missas fossem celebradas já
no último domingo com lotação parcial das igrejas, condicionada às
medidas para reduzir o risco à população e aos padres. As novas regras
levam em consideração decreto do governo de Goiás liberando o
funcionamento de igrejas e templos. A Arquidiocese de Florianópolis
também retomou as missas.
Desde o
início da pandemia, mesmo com as atividades presenciais suspensas, um
bispo, cinco sacerdotes e duas freiras que atuavam em paróquias de todo o
País morreram com a covid-19. Houve ainda, vários casos de
hospitalização. Por recomendação da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), as missas e celebrações presenciais foram suspensas. Para
proteção dos bispos idosos, a assembleia nacional da CNBB marcada para
abril foi adiada para agosto.
A
retomada acontece em Estados onde o governo baixou decretos adotando a
medida provisória do presidente Jair Bolsonaro que incluiu cultos e
missas na lista de atividades essenciais. Em Goiás, paróquias vinculadas
à Arquidiocese de Goiânia já celebram as missas com público presente.
Para evitar aglomeração, os fiéis devem se manter a 2 metros de
distância entre si e apenas 30% da capacidade da igreja está sendo
ocupada A temperatura corporal de quem chega é medida na entrada e não é
admitido o ingresso de pessoas de grupo de risco, com mais de 60 anos
ou menores de 12 anos.
O padre
Rodrigo de Castro, reitor do Santuário Sagrada Família, em Goiânia,
conta que, no domingo, celebrou missas com os fiéis presentes e
intervalos de duas horas para higienizar a igreja.
“Celebrei em todos os horários possíveis, às 3 horas da madrugada, 6 da manhã, 9, 12, 15, 18 e a última, às 21 horas. Devo repetir o mesmo esquema no próximo domingo”, disse. O santuário tem capacidade para 3,5 mil pessoas, mas estão sendo admitidas 380. Durante a semana, os devotos retiram na secretaria um bilhete com o lugar marcado. Após cada missa, são mobilizadas 25 pessoas para higienizar bancos.
Na entrada, os fiéis têm os calçados
limpos com um jato de desinfetante e passam pelo sensor de temperatura.
“Tivemos de comprar o pulverizador e o medidor de temperatura. Nas
paróquias menores, os padres não estão conseguindo celebrar missas
porque não dispõem desses equipamentos. Para se ter uma ideia, o preço
do medidor, que era de R$ 28, agora custa até R$ 500.”
O
Santuário Nossa Senhora de Fátima, em Florianópolis (SC), celebrava o
dia da padroeira, ontem, com missas presenciais. “As missas são abertas à
comunidade, mas com restrições, seguindo as medidas decretadas pela
Secretaria da Saúde do Estado. A missa da noite será solene e contará
com os momentos marcantes da celebração da primeira aparição de Nossa
Senhora aos pastorinho, como a procissão luminosa e a consagração à
Fátima”, disse o pároco, padre Mário Raimondi.
A
devota Maria de Fátima Campos, que ajudava na venda de pastel, empadão e
cuca, feitos para ajudar a paróquia, assistiu a missa da manhã e passou
a atender pessoas da comunidade que retiravam os produtos no
estacionamento do santuário. “Eu não deixei de assistir às missas, que
são transmitidas pela internet, mas estar aqui na igreja é outra coisa e
eu sentia muita falta.” O Santuário de Azambuja, em Brusque, no
interior, suspendeu a procissão e festejos externos da Festa de Nossa
Senhora de Caravaggio, durante este mês, mas manteve as celebrações
litúrgicas dentro da igreja, com lotação reduzida.
Prevenção
Para
o infectologista Alexandre Naime Barbosa, da Universidade Estadual
Paulista (Unesp) e da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), as
medidas de controle adotadas em espaços fechados, como as anunciadas
pelas igrejas, otimizam a prevenção da transmissão. “Na visão técnica
dos cuidados tomados nesse espaço, a chance de transmissão é muito
pequena. Mas há dois problemas: o primeiro: quem vai fiscalizar? O
segundo é que favorece o deslocamento das pessoas e os contatos fora do
ambiente. Quem garante que as pessoas que se conhecem não terão contato
na frente da igreja?”
A virologista Giliane de Souza Trindade, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), vê como “um risco” a retomada de celebrações religiosas presenciais pelo potencial de produzir aglomerações. “Todas as medidas que a OMS (Organização Mundial de Saúde) preconiza, como uso de máscaras, álcool em gel, distanciamento de 2 metros, em conjunto, ajudam a minimizar o risco de transmissão, mas não quer dizer que sejam 100% efetivas para evitar o contágio.”
Depois
de quase dois meses de celebrações sem povo, por causa da covid-19, a
Igreja Católica começa a retomar as missas com a presença de fiéis. Uma
decisão do arcebispo de Goiânia, d. Washington Cruz, que só foi
divulgada na segunda-feira, permitiu que as missas fossem celebradas já
no último domingo com lotação parcial das igrejas, condicionada às
medidas para reduzir o risco à população e aos padres. As novas regras
levam em consideração decreto do governo de Goiás liberando o
funcionamento de igrejas e templos. A Arquidiocese de Florianópolis
também retomou as missas.
Desde o
início da pandemia, mesmo com as atividades presenciais suspensas, um
bispo, cinco sacerdotes e duas freiras que atuavam em paróquias de todo o
País morreram com a covid-19. Houve ainda, vários casos de
hospitalização. Por recomendação da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), as missas e celebrações presenciais foram suspensas. Para
proteção dos bispos idosos, a assembleia nacional da CNBB marcada para
abril foi adiada para agosto.
A
retomada acontece em Estados onde o governo baixou decretos adotando a
medida provisória do presidente Jair Bolsonaro que incluiu cultos e
missas na lista de atividades essenciais. Em Goiás, paróquias vinculadas
à Arquidiocese de Goiânia já celebram as missas com público presente.
Para evitar aglomeração, os fiéis devem se manter a 2 metros de
distância entre si e apenas 30% da capacidade da igreja está sendo
ocupada A temperatura corporal de quem chega é medida na entrada e não é
admitido o ingresso de pessoas de grupo de risco, com mais de 60 anos
ou menores de 12 anos.
O padre
Rodrigo de Castro, reitor do Santuário Sagrada Família, em Goiânia,
conta que, no domingo, celebrou missas com os fiéis presentes e
intervalos de duas horas para higienizar a igreja.
“Celebrei em todos os horários possíveis, às 3 horas da madrugada, 6 da manhã, 9, 12, 15, 18 e a última, às 21 horas. Devo repetir o mesmo esquema no próximo domingo”, disse. O santuário tem capacidade para 3,5 mil pessoas, mas estão sendo admitidas 380. Durante a semana, os devotos retiram na secretaria um bilhete com o lugar marcado. Após cada missa, são mobilizadas 25 pessoas para higienizar bancos.
Na
entrada, os fiéis têm os calçados limpos com um jato de desinfetante e
passam pelo sensor de temperatura. “Tivemos de comprar o pulverizador e o
medidor de temperatura. Nas paróquias menores, os padres não estão
conseguindo celebrar missas porque não dispõem desses equipamentos. Para
se ter uma ideia, o preço do medidor, que era de R$ 28, agora custa até
R$ 500.”
O Santuário Nossa Senhora
de Fátima, em Florianópolis (SC), celebrava o dia da padroeira, ontem,
com missas presenciais. “As missas são abertas à comunidade, mas com
restrições, seguindo as medidas decretadas pela Secretaria da Saúde do
Estado. A missa da noite será solene e contará com os momentos marcantes
da celebração da primeira aparição de Nossa Senhora aos pastorinho,
como a procissão luminosa e a consagração à Fátima”, disse o pároco,
padre Mário Raimondi.
A devota Maria de Fátima Campos, que ajudava na venda de pastel, empadão e cuca, feitos para ajudar a paróquia, assistiu a missa da manhã e passou a atender pessoas da comunidade que retiravam os produtos no estacionamento do santuário. “Eu não deixei de assistir às missas, que são transmitidas pela internet, mas estar aqui na igreja é outra coisa e eu sentia muita falta.” O Santuário de Azambuja, em Brusque, no interior, suspendeu a procissão e festejos externos da Festa de Nossa Senhora de Caravaggio, durante este mês, mas manteve as celebrações litúrgicas dentro da igreja, com lotação reduzida.
Fonte: Jornal de Brasília