Adailton Gomes Abreu, de 24 anos, morreu no dia 18 de setembro do ano passado, na casa da namorada. Acusada responde ao processo em liberdade e, segundo a Polícia Civil, confessou o crime.
A Justiça aceitou, nesta segunda-feira (3), a denúncia contra Nicole Maria Ferreira Costa, de 20 anos, acusada de matar o namorado com uma agulha de narguilé após uma discussão por pastel de feira, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. A jovem responde ao processo em liberdade e, segundo a Polícia Civil, confessou o crime.
O G1 tentou contato, por ligação às 16h55 desta segunda-feira, com Nicole Maria, mas não obteve retorno.
O juiz Leonardo Fleury Curado Dias aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás e deu um prazo de 10 dias para que a defesa da acusada se manifeste. Caso ninguém se apresente, os autos serão encaminhados para a Defensoria Pública de Goiás.
Adailton Gomes Abreu, de 24 anos, morreu no dia 18 de setembro do ano passado, na casa de Nicole, no Residencial Village Garavelo. Na denúncia, o promotor de Justiça Milton Marcolino relatou que, no dia do crime, a jovem saiu com o namorado e duas irmãs dele para comer numa feira.
Conforme o documento, o casal teve uma discussão sobre o que iria comer e essa briga continuou quando chegaram à residência de Nicole. No local, segundo a denúncia, ele foi atingido no coração pela agulha de narguilé, sem nenhuma chance de defesa. Por isso, ela foi denunciada por homicídio duplamente qualificado, em razão de motivo fútil e por ter impossibilitado a defesa da vítima.
Morte
De acordo com delegado responsável pela investigação, Eduardo Rodovalho, inicialmente, havia a suspeita de que Adailton teria passado mal e sofrido um infarto. Depois, a equipe notou a perfuração com a agulha, a qual é usada para furar o papel alumínio que encobre o carvão e, assim, ocorrer a liberação de calor para aquecer a essência do narguilé.
Ele foi atingido no coração. “A lesão foi única, certeira e fatal. Ele agonizou por pouco tempo e depois já veio a óbito”, disse o delegado.
Durante as investigações, a jovem disse à polícia que o namorado havia ido para cima dela com um narguilé quebrado e, para se defender, acabou o atingindo com a agulha. Nicole também relatou aos policiais que ficou desesperada na hora, pois não esperava que ele morresse.
“Eles já tinham se agredido mutuamente, por imaturidade no namoro. Com o desgaste extremo, no momento da briga, ela acabou o matando. Não identificamos lesões nela no dia do crime que justificassem a legítima defesa”, disse o delegado.
A Polícia Civil terminou o inquérito em 24 de novembro do ano passado e indiciou Nicole. Ao analisar o processo, o Ministério Público entendeu que era necessário o depoimento das irmãs do jovem morto, que foram ouvidas pelo delegado no dia 22 de abril deste ano. No entanto, elas estavam do lado de fora da casa quando o crime aconteceu e o relato delas não mudou a conclusão policial.
Na época do crime, o delegado explicou que não foi pedida a prisão de Nicole por entender que não havia os requisitos determinados pela lei, pois ela se apresentou após o homicídio e estava colaborando com as investigações.
A polícia descartou a presença de outra pessoa dentro da casa e a participação mais alguém no crime.
Relação ‘tumultuada’
À época, o delegado afirmou ainda que o casal tinha uma relação “tumultuada”, permeada por brigas e discussões, e que tal fato se comprova pelo motivo da discussão que acabou ocasionando a morte.
“O casal vivia uma relação tumultuada. Eram muito impetuosos. Tinha histórico de briga constante”, relatou.
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Fonte: G1