O fato aconteceu durante uma discussão sobre um acordo trabalhista, em uma sessão da 12ª Vara do Trabalho de Vitória. Advogado desistiu de representar contra o magistrado
O juiz Roberto José Ferreira de Almada, da 12ª Vara do Trabalho de Vitória, perdeu a calma durante uma audiência virtual e mandou um advogado “para o inferno”. O desentendimento aconteceu na última segunda-feira (16), durante uma discussão sobre um acordo trabalhista.
Durante a audiência, o magistrado questionou um pedido de acordo, no valor de R$ 5 mil, em favor de uma funcionária de uma empresa, que teria trabalhado apenas um mês no local.
“Eu não estou entendendo de onde vocês estão tirando R$ 5 mil de acordo. O que está acontecendo nesse processo?”, questionou o juiz.
Para justificar o valor, o advogado Edson Lourenço afirmou que a reclamante teve alguns contratos de suspensão com a empresa, mas a informação não foi levada em consideração pelo magistrado.
Em determinado momento, Almada interrompeu o advogado abruptamente. “Doutor Edson, eu estou conversando com a doutora Roberta (representante da empresa reclamada)”.
Mesmo com a tentativa de explicação dos advogados para o acordo trabalhista, o juiz se mantinha irredutível. “Não tem explicação humana possível. Vocês, por favor, pisem no freio, porque eu sou um sujeito enjoado”.
Com a ausência da requerente na audiência, o magistrado determinou que o processo fosse arquivado.
Edson Lourenço, então, retrucou, afirmando que havia propostas por parte da empresa, mas não foi o suficiente. “Doutor, a reclamante não está e a lei me manda arquivar”, disse o juiz.
Em seguida, o advogado diz que iria anular o processo e agradece. Nesse momento, o magistrado perde a paciência. “Ah, vai anular onde o doutor quiser. Vai pro inferno”, disparou Almada.
Por meio de nota, o Tribunal Regional do Trabalho no Espírito Santo (TRT-ES) informou que o advogado que se sentiu ofendido desistiu de representar contra o magistrado.
Informou ainda que todas as audiências são gravadas e ficam disponíveis na consulta processual no Portal.
A reportagem do Folha Vitória não conseguiu contato com o advogado Edson Lourenço para que ele comentasse o caso.
Fonte: Folha Vitória