Uma operação do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) na manhã desta quinta-feira (1º) cumpre mandados contra agentes públicos e advogados envolvidos em lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, falsificação de documento público e falsidade ideológica. Os mandados estão sendo cumpridos em VitóriaVila VelhaSerra e Barra de São Francisco, e também nos estados do Rio de Janeiro e Paraíba.

A investigação apontou que pelo menos 34 pessoas estariam envolvidas no esquema.

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pelo órgão, mas segundo a coluna Vilmara Fernandes, dois juízes são alvo da operação. São eles Bruno Fritoli Almeida e Maurício Camatta Rangel.

Bruno foi conduzido para o presídio da Polícia Militar em Vitória e Maurício recebeu medidas restritivas de liberdade e passa a utilizar tornozeleira eletrônica.

Ministério Público do Espírito Santo (MPES) realiza operação para combater esquema de corrupção envolvendo agentes públicos e advogados — Foto: Divulgação/Ministério Público do Espírito Santo

Ministério Público do Espírito Santo (MPES) realiza operação para combater esquema de corrupção envolvendo agentes públicos e advogados — Foto: Divulgação/Ministério Público do Espírito Santo

Os advogados responsáveis pela defesa do juiz Bruno Fritoli informaram que aguardam decisão do pleno do egrégio Tribunal de Justiça, que pode ou não ratificar a decisão do juiz desembargador relator. Bruno Fritoli atua como magistrado há quase uma década, sempre atuando com lisura e responsabilidade. Confiantes da índole de Bruno durante sua carreira no judiciário, seguirão acompanhando o desenrolar do caso e atuando, com os instrumentos da lei, pela sua inocência.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Camatta.

A Associação dos Magistrados do Espírito Santo (AMAGES) destacou que todos os magistrados são submetidos às mesmas normas e procedimentos que qualquer cidadão, e que a apuração de fatos deve ser realizada de forma imparcial, garantindo o direito à ampla defesa e ao contraditório.

Disse ainda que disponibilizou assessoria jurídica para seu associado, o Maurício Camata Rangel, e que ele está sendo assistido pela comissão de prerrogativa da associação. O órgão informou que o juiz Bruno Fritoli não é associado.

Ministério Público do Espírito Santo cumpre 52 mandados durante operação "Follow the Money" — Foto: Divulgação/Ministério Público do Espírito Santo

Ministério Público do Espírito Santo cumpre 52 mandados durante operação “Follow the Money” — Foto: Divulgação/Ministério Público do Espírito Santo

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Espírito Santo (OAB-ES) disse que está acompanhando o caso e buscando informações para tomar as providências cabíveis, observando as prerrogativas da advocacia e as normas do Código de Ética e Disciplina da OAB.

Segundo o MPES, nesta fase da operação estão sendo cumpridos 52 mandados, todos expedidos pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo. São eles:

  • sete mandados de prisão preventiva;
  • trinta mandados de busca e apreensão;
  • dois mandados de afastamento funcional de agentes públicos;
  • treze mandados de suspensão do exercício da atividade profissional, proibição de contato entre pessoas, proibição de acesso às dependência de órgãos públicos, além de monitoramento eletrônico.

A Operação Follow the Money foi realizada por meio da Procuradoria-Geral de Justiça e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO Central e Norte), com o apoio da Polícia Militar. Ao todo, 9 membros do Ministério Público coordenam os trabalhos, auxiliados por 97 policiais.

Ainda de acordo com o MPES, as investigações colheram evidências do envolvimento de agentes públicos, advogados e particulares em ações judiciais simuladas a partir de documentação falsa, direcionamento da distribuição dos processos e emissão indevida de alvarás, com indícios de recebimento de vantagem indevida e lavagem de ativos.

Residências de investigados, locais de trabalho, dependências de órgãos públicos e de empresas suspeitas de integrar o esquema são alvos das diligências.

Fonte: G1