Segundo dados do Anuário da Segurança Pública, houve um aumento de 9% no números de registros

Mais de 1700 casos de pessoas desaparecidas foram registrados em 2021 no Espírito Santo. Em 2020, foram 1597. Segundo o Anuário da Segurança Pública, houve um aumento de 9% de registros em um ano no Estado.

Somente este ano, mais de 150 pessoas já foram dadas como desaparecidas na Grande Vitória. Destas, 127 já foram encontradas, de acordo com os dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesp).

Os números não contemplam todo o Espírito Santo. Segundo a pasta, a base de dados Estadual é feita de acordo com o registro do Boletim de Ocorrência, mas nem sempre, quando as pessoas são encontradas, os familiares voltam às delegacias para registrar essa informação.

Entre todos esses números há uma mãe amorosa, que sempre olha com esperança para a foto do filho, de 19 anos, desaparecido há quase oito meses

“Ele tinha deixado o celular carregando na casa de uma vizinha. O celular ficou carregando e eu ligava pra ele. No outro dia que eu fui saber que tava desaparecido, porque como ele ficava em Joana D’arc, na casa dessa menina, pra mim ele saía e ia voltar. Aí, eu fui saber mesmo na sexta-feira que ele tinha desaparecido, que eu fui lá na polícia, fiz o que era pra fazer”, disse Simone Magalhães de Freitas, mãe de Yago.

Yago, filho de Simone, com 19 anos de idade

No registro guardado por Simone, Yago Magalhães, ainda tinha 13 anos. Nessa época, ela nunca pensou que passaria por tanta dor.

“Eu acordo esperando ele, alguém falar alguma coisa, se viveu, mas nada fica escondido de Deus. Um dia Deus vai mostrar, vai falar onde tá meu filho. A pessoa que levou, espero que fale onde ele tá, porque só isso que eu espero”, disse.

O quarto de Yago segue intacto na casa dos pais. 

A decoração e as roupas arrumadas, do jeitinho que o jovem deixou, nutrem a esperança que a mãe tem de abraçar o filho novamente.

“Levaram ele pra algum lugar bem longe, ele não tá sabendo voltar, se fosse por aqui no Espírito Santo, ele sabia. Pra mim, no meu coração é isso, mas entregar na mão do Senhor, vê o que Deus vai fazer”, desabafou Simone.

A dor de Simone também invade o coração de outras famílias. O irmão de Silvia Ribeiro Araújo, desapareceu há cerca de 10 meses. Patrik Ribeiro Araújo tem 37 anos e saiu de casa após uma ligação. 

“Ele saiu de casa no dia 10 de agosto de 2021, por volta das 20 horas da noite. Saiu para atender um chamado de um amigo que precisava de ajuda. Começamos a ficar preocupados porque ele não era de sair e dormir fora de casa, muito menos não avisar onde ele estaria, pior ainda desligar o telefone”, disse Silvia.

Para Simone, mãe de Yago, mais uma chama de esperança se ascendeu para que ela reencontre o filho. “Falaram (a Polícia Civil) que vai voltar de novo, voltar o caso dele. Igual a policial falou, igual ele tem outro, a mesma coisa que aconteceu com Yago, aconteceu com ele também. Desapareceu assim, sem dar motivo, nada”, disse.

Sobre os casos citados, a Polícia Civil afirmou que segue investigando através da Delegacia Especializada de Pessoas Desaparecidas (DEPD) e até o momento, eles não foram encontrados. 

Disque-denúncia

Informações que possam auxiliar no trabalho de investigação de pessoas desaparecidas podem ser passadas de forma sigilosa por meio do Disque-Denúncia 181 ou pelo disquedenuncia181.es.gov.br, onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas. 

Também é possível passar informações diretamente à equipe de investigação da delegacia, pelo telefone (27) 3137-9065, ou indo pessoalmente à unidade.

Na Grande Vitória, o registro pode ser realizado: 

1 – Na Delegacia Especializada de Pessoas Desaparecidas (DEPD), que funciona no prédio da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP): Rua João Carlos de Souza, nº. 89, bairro Vermelho, Vitória/ES.

2 – Na delegacia mais próxima

3 – Por meio da Delegacia Online

O registro é imprescindível para que a Polícia Civil tome ciência do caso e inicie as investigações. Não se exige o prazo de 24 horas para o registro de desaparecimento, o importante é a família ficar atenta à quebra da rotina diária do desaparecido.

Segundo a Polícia Civil, a família não é obrigada a realizar buscas por conta própria, entretanto, a atuação ativa da família também contribui diretamente para o êxito das buscas.

Fonte: Folha Vitória