Ela passará a valer a partir do próximo domingo e vai considerar novas variáveis para classificar os municípios como de risco leve, moderado, severo ou extremo
Três municípios capixabas poderão ser incluídos, no próximo domingo (24), entre aqueles cuja ameaça da pandemia do novo coronavírus é considerada severa. São eles: Marataízes, Afonso Cláudio e Alfredo Chaves — este último já havia sido considerado de risco alto, mas conseguiu mudar seu patamar para risco moderado.
Atualmente oito cidades do Espírito Santo estão na situação de risco severo: Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana, Fundão, Santa Tereza e Presidente Kennedy. Nesses municípios, a atividade econômica funciona de forma parcial. O comércio, por exemplo, só é autorizado a funcionar de segunda a sexta, em um sistema de alternância entre os segmentos.
A nova classificação da matriz de risco também colocaria a maioria dos municípios capixabas em situação de risco moderado: 45 no total. Outros 22 permaneceriam como ameaça leve e 11 como ameaça severa.
A situação seria ainda mais grave caso a taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivos para tratamento da covid-19 — que hoje é de 69,72%, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) — chegasse a 91% em todo o Espírito Santo. Nesse caso, os 11 municípios com risco severo passariam a ser classificados como de risco extremo.
Dessa forma, segundo o governador do Estado, Renato Casagrande, medidas extremas seriam adotadas nessas cidades para aumentar o isolamento social, como o fechamento total do comércio, dos serviços e das atividades industriais — o chamado lockdown. Os demais 67 municípios capixabas seriam considerados como de risco elevado, tendo como consequência a restrição parcial das atividades econômicas.
Variáveis
A nova matriz de risco levará em consideração, além do coeficiente de incidência do coronavírus nos municípios — quantidade de casos confirmados — e do percentual de leitos ocupados, que já são considerados na atual matriz, a taxa de letalidade da doença, o índice de isolamento e o percentual de pessoas acima dos 60 anos.
Cada uma dessas variáveis terá um peso na classificação da ameaça nos municípios. O coeficiente de incidência terá peso de 50%, as taxas de letalidade e de isolamento, 20% cada uma, e o percentual de idoso, 10% de peso. Com base nisso, será feito um cálculo matemático que estabelecerá o nível de ameaça do coronavírus em cada cidade.
Além disso, o fator de vulnerabilidade, que é a taxa de ocupação de leitos de UTI para covid-19, seria levado em consideração na hora de definir a situação do município nessa nova matriz de risco. Uma taxa de ocupação de até 50% é considerada adequada; entre 51% e 80% de ocupação, há uma situação de alerta; de 81% a 90%, o grau de vulnerabilidade é considerado crítico; e acima de 91%, entre-se no chamado plano de crise, podendo-se adotar o lockdown nas cidades com risco extremo.