O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) quer que as secretarias municipais adotem medidas imediatas, como a realização de mutirões de vacinação
Um total de 54.792 mil frascos de vacinas contra a covid-19, destinadas à aplicação da primeira dose, ainda não foram usadas na população de 26 municípios da região Sul do Estado.
Em reunião virtual realizada nesta quarta-feira (09), com os secretários municipais de Saúde, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio do Centro de Apoio Operacional de Implementação das Políticas de Saúde (Caops), cobrou planejamento e adoção de providências imediatas.
Segundo investigação do MPES, as vacinas foram retiradas pelas secretarias de Saúde municipais, mas seguem armazenadas em câmaras refrigeradas.
Diante disso, o órgão orientou que sejam adotadas medidas para permitir a contemplação de mais pessoas nos grupos prioritários. Providências também devem ser adotadas para agilizar os registros das doses já aplicadas e, ainda, não informadas.
A reunião foi coordenada pela dirigente do Caops e coordenadora do Gabinete de Acompanhamento da Pandemia (GAP-Covid-19), promotora de Justiça Inês Thomé Poldi Taddei, e contou com a presença dos promotores de Justiça que atuam nos municípios na fiscalização das políticas públicas de saúde dos municípios.
“Estamos em meio a uma pandemia, precisamos levantar onde estão essas doses, e por que ainda não foram aplicadas. A vacina precisa estar no braço da população priorizada nesse momento, e não em câmaras refrigeradas”, cobrou Inês Thomé.
Demora para retirada das doses na Superintendência Regional de Saúde
A promotora de Justiça Inês Thomé Poldi Taddei, questionou os secretários quanto à demora para a retirada das doses que chegam na Superintendência Regional de Saúde.
“Temos dados de que as vacinas chegam, e alguns municípios demoram quase uma semana para buscar as doses e, depois, ainda temos a demora para o início da imunização. É de suma importância que a Campanha Nacional de Vacinação avance com planejamento e responsabilidade para alcançarmos uma imunização coletiva satisfatória”, advertiu.
Municípios alegam que faltam recursos humanos
Por sua vez, os representantes das prefeituras informaram dados atualizados da vacinação, justificando que o total das doses aplicadas seria maior que o registrado, o que não vêm ocorrendo em razão das dificuldades que enfrentam (falta de recursos humanos) para inserir os dados no sistema do Ministério da Saúde, gerando informações defasadas.
Os secretários de Saúde relataram também dificuldades para atingir determinados públicos prioritários contemplados na imunização, em razão de dificuldades logísticas, entre outros fatores.
A dirigente do Caops orientou as secretarias municipais a realizarem com urgência mutirões para a inserção dos vacinados no sistema do Ministério da Saúde para permitir a atualização dos dados.
O MPES realizará reuniões virtuais nos próximos dias para tratar do mesmo tema com os municípios das Regiões de Saúde Norte/Central e Metropolitana.
A equipe do jornal online Folha Vitória pediu que o MPES informasse quais são os municípios que estão estocando as vacinas. Assim que responderem, a matéria será atualizada.
Fonte: R7