A mãe e a irmã de Cleonice moram no mesmo bairro da vítima e as parentes deram falta dela ainda na sexta-feira (10)

Na última segunda-feira (13), o corpo de Cleonice Correa de Jesus, de 31 anos, foi encontrado concretado em uma parede em sua cada na Zona Sul de Belo Horizonte. As informações são do BHAZ. 

A irmã de Cleonice, Cristiane Correa  desabafou “Ele acabou com minha família. Minha mãe está sem chão, ela era apaixonada pela minha irmã. A gente foi criada sem pai, só nós três. Minha mãe levava a gente para o serviço. Sofreu muito pra criar nós duas. E agora ela está sem chão, ele tirou ela da gente”, se referindo ao companheiro da irmã, Sidney da Silva Lopes, de 40 anos.

Sidney é o principal suspeito pelo crime e está foragido da polícia. “O companheiro da vítima não foi localizado, até o momento, para prestar declarações sobre o fato. O corpo passará por exames para determinar a causa da morte”, informou a Polícia Civil sobre o rapaz que está foragido desde o final de semana. 

A mãe e a irmã de Cleonice moram no mesmo bairro da vítima e as parentes deram falta dela ainda na sexta-feira (10). “Na sexta, estava combinado da minha irmã levar comida pra minha mãe antes de ir pro trabalho. Mas a Cleonice não apareceu. Minha mãe já ficou preocupada”, conta Cristiane.

A irmã ainda chegou a ir a casa de Cleonice, mas sem sucesso. “Achei estranho porque as luzes estavam acesas, mas ninguém atendeu, só os cachorros latiram. Voltei à tarde pra entregar uma cesta e, de novo, ninguém atendeu. Pensei: ‘ué, minha irmã tá sumida’. Mas, ao mesmo tempo, pensei que não fosse nada, um desencontro”, relembra.

No domingo Cristiano voltou a ir a casa da irmã, também sem sucesso. “Logo cedo, por volta das 7h, minha mãe bateu lá, pra não ter risco da minha irmã ter mudado de horário no trabalho. Ninguém atendeu e minha mãe já desandou a chorar. ‘Matou minha filha, matou minha filha’, ela dizia chorando igual a uma criança”. 

A irmã então foi atrás da polícia. E quando acionou a polícia recebeu, Cristiane recebeu uma informação de que Sidney tinha matado a companheira e a enterrado dentro de casa. “Chamei o inquilino, mas a fechadura já tinha sido mudada. Quando a polícia arrombou, já veio aquele cheiro forte, de coisa podre”, relembra.

Mesmo com o forte cheiro e com as buscas da polícia, Cleonice não fora encontrada pela polícia, que percebeu algo estranho na casa e chamou o Corpo de Bombeiros Militar. “Foram necessários alguns equipamentos mais pesados e específicos para retirada do corpo [do concreto]”, explicaram os militares.

Cristiane ainda comenta que espera que a justiça seja cumprida. “Não quero vingança, nada mal pra ele. Só justiça. Quem sabe ele possa encontrar alguma luz, Jesus… Quem sabe acontece o que minha irmã não conseguiu fazer, que ele se torne um cara trabalhador, com propósito”, desabafa.

A irmã conta que Cleonice já tinha sofrido agressões. “Ela amava muito ele. Ela que sustentava, colocava comida na casa. Sempre que ele usava droga, ficava violento com minha irmã. Ela saía de casa para trabalhar e ele dizia que ela estava indo encontrar com homem”.

“Eu dizia para ela seguir a vida dela. Ela sempre ficava muito preocupada quando ele sumia para usar droga, tentava buscar ele… Falei que ela tinha que ter medo, mas ela não enxergava o perigo, era muito apaixonada… Queria tirar ele do ‘movimento’”, finaliza.

Fonte: Jornal de Brasília