Filha de 13 anos de cabeleireira também foi alvo de violência e mantida em cárcere privado em casa, com a mãe, por três dias, em Sorocaba

Uma cabeleireira de 37 anos, vítima de violência doméstica, matou seu marido, Rafael Fonseca Pereira, 39, para se defender das agressões dele, na manhã desta terça-feira (23/7), em Sorocaba, interior de São Paulo.

Em depoimento à Polícia Civil, a mulher afirmou que ela e a filha, de 13 anos, foram agredidas por Rafael, física e verbalmente, nos últimos três dias, mesmo período em que ele teria permanecido embriagado e mantido ambas em cárcere privado.

Na manhã desta terça, a mulher afirmou que foi encurralada em um quarto, onde foi enforcada por Rafael, com um fio elétrico. Ela fingiu desmaiar e o homem saiu do local.

“Com o uso do mesmo cabo elétrico, conseguiu enrolar no pescoço de seu agressor, com o objetivo de contê-lo até a chegada da polícia, que já havia sido acionada por sua filha [a pedido da mãe].”

Quando a polícia chegou, o homem havia morrido.

Legítima defesa

A cabeleireira afirmou ter agido em legítima defesa “não tendo intenção de matá-lo”. A delegada Camila de Camargo Ferraz afirmou que isso ficou “evidente”, com base no relato e em registros policiais anteriores, feitos contra Rafael.

A cabeleireira não foi indiciada, constando somente como investigada pelo caso, registrado como homicídio, com o excludente de ilicitude previsto pela legítima defesa.

“Extremamente violento”

Rafael já havia sido preso por violência doméstica, em 2021, quando agrediu a cabeleireira em frente a policiais militares que foram acionados por causa do comportamento “extremamente violento” dele, como consta em registros policiais.

Além de bater na companheira, na ocasião ele também resistiu à abordagem policial, desacatou os PMs e foi preso em flagrante.

Fonte: Metropoles