O rubro-negro Neguinho da Beija-Flor está rindo sem parar. Não apenas pelo ótimo ano de seu time do coração, próximo do título do Brasileiro e finalista da Libertadores. Neste mês, o seu maior sucesso, a música “O campeão” —tão cantada pelas torcidas cariocas — está completando 40 anos.
Curiosamente, a canção, que começa com o famoso “Domingo, eu vou ao Maracanã”, foi feita, inicialmente, para um amigo vascaíno, que pretendia lançar uma torcida gay. E um dos trechos dizia: “Vou torcer pro Vasco que sou fã”.
— Aí o Eurico Miranda não aceitou a torcida que esse meu amigo, Paulo Roberto, queria fundar. Peguei o samba de volta e botei “vou torcer pro time que sou fã”. E o Flamengo adotou e arrebentou — recorda. Depois, a torcida dos outros três grandes do Rio também cantaram na arquibancada.
O primeiro local em que Neguinho, hoje com 70 anos, cantou “O campeão”, foi no River Futebol Clube, em Piedade, c lube homônimo do rival da final da Libertadores.
— Era uma roda de samba comandada pelo JC Escafura, o Piruinha. Saí do River e fui para o Salgueiro, — relembra o sambista.
Recentemente, Neguinho fez adaptação da música “Obrigado, Jesus”, em parceria com Marquinhos FM, para homenagear o atual técnico do Fla:
—A música está explodindo, e o Mister merece a homenagem.
Logo que lançou “O campeão”, Neguinho da Beija-Flor contou com ajuda dos amigos intérpretes Aroldo Melodia, Rico Medeiros e Dedé Portela para estourar nas rodas de samba.
E a primeira vez que o músico ouviu seu sucesso no Maracanã foi na vitória por 3 a 2 sobre o Atlético-MG, no primeiro título brasileiro.
—Foi com uma torcida organizada, que era comandada pelo meu amigo Claudio Cruz, policial civil. Nem vi o jogo direito, de tanta emoção. Ver 150 mil, 200 mil pessoas cantando sua música é muito emocionante. O gol da vitória foi do Nunes, que faz parte da minha história. Até hoje sou grato ao Claudio.
E qual o palpite para a final da Libertadores?
— Mengão 4 a 1, pode escrever aí.